A vida sem café é como um jardim sem flores. É como ir a Roma e não ver o Papa.
Eu, viciado, me confesso. Sem café não sou capaz de trabalhar como um ser humano normal.
Pode não acreditar, mas antes de começar a escrever este episódio, já tinham ido duas chávenas.
E consigo? Qual é a sua relação com o café? Chega ao escritório, liga o computador, login e vai à máquina do café?
É um ritual apenas compreendido por quem sente aquela dependência que, se não for contrariada nos primeiros instantes do dia, transforma-se numa terrível dor de cabeça.
Se não gosta de café ou não sente necessidade de tomar, deixe-se ficar. Quanto mais não seja porque há curiosidades que vale a pena saber.
Para começar: sabia que a cafeína é o segundo maior vício do mundo desenvolvido a seguir à nicotina?
Por ano são produzidos mais de 16 mil milhões de quilos de café em grão em todo o mundo. Da Índia ao Brasil, do Uganda à Indonésia, passando pela Etiópia, México, Guatemala, Vietname ou Timor.
E uma simples chávena é, na verdade, uma complexa mistura química. São mais de 1.000 compostos, voláteis e não voláteis.
Simplificando: os químicos voláteis são os que se evaporam e que sentimos no olfato e no paladar.
Explicação científica: é por causa do contacto com o CO2 que se liberta um composto volátil durante o processo de torra do café, e é isso que nos faz sentir aquele cheiro intenso e tão agradável.
Em 2013, investigadores da Universidade de Coimbra elaboraram um estudo que revela que o café é a segunda bebida mais consumida em todo o mundo, a seguir à água.
São 11,5 quilos per capita nos países industrializados. E um terço da população mundial bebe café numa quantidade superior a qualquer outra bebida.
E o Brasil é o exemplo que melhor ilustra esta tendência: é o maior produtor mundial de café, com cerca de 3 mil milhões de quilos (dados de 2014).