Uma mulher morreu de forma repentina num escritório de "call center" em Madrid, Espanha, na passada terça-feira.
De acordo com a confederação que representa os trabalhadores do setor do telemarketing em Espanha (Confederación General del Trabajo del Sector Federal de Telemercadeo - CGT Telemarketing), a mulher já estava inanimada quando “um colega teve que segurá-la para que caísse da cadeira”.
Ainda tentaram reanimá-la, mas sem sucesso. A mulher foi declarada morta meia hora depois de receber os primeiros socorros.
Numa publicação que a CGT Telemarketing fez no Twitter, em memória da trabalhadora falecida, pode ler-se: “Disseram-nos para continuar a atender chamadas”.
Os testemunhos partilhados pela Confederação mostram que os trabalhadores da empresa, que pertence ao grupo Konecta, receberam indicações para continuarem a "receber as chamadas", quando o cadáver ainda estava na sala.
Quando tiveram conhecimento da situação, alguns funcionários que não estavam a trabalhar àquela hora foram confirmar o cenário:
“Mal podíamos esperar para lá chegar. Os segundos pareciam horas e, quando entramos no 6.º andar do San Romualdo, tudo parecia um filme de terror. Ao lado da nossa colega, alguém atendia uma chamada. O serviço continuou como se nada tivesse acontecido", relata a Confederação.
A CGT Telemarketing emitiu uma nota a condenar veementemente a empresa.
“Manifestamos o nosso repúdio aos responsáveis da Konecta. Falharam na humanidade, empatia e respeito”, lê-se na nota publicada no site.
Segundo a CGT, quando um funcionário perguntou se podia ir para casa, foi obrigado a continuar, porque os serviços que a empresa presta são “essenciais”.
Um porta voz da Konecta disse ao jornal El País que "ninguém foi forçado a trabalhar ao lado do cadáver".