O presidente do PSD, Luís Montenegro, lamentou esta quinta-feira que se esteja “já a falar de encerramento de serviços de urgência ou de especialidades” no SNS, “quase como o primeiro ato” do novo ministro da Saúde.
“Eu lamento muito que comecemos já a falar de encerramento de serviços de urgência ou de serviços de especialidade no nosso Serviço Nacional de Saúde”, afirmou o líder social-democrata aos jornalistas, em Estremoz, no distrito de Évora.
Durante uma visita a uma quinta produtora de vinhos localizada neste concelho alentejano, no âmbito do programa “Sentir Portugal” que está esta semana a realizar no distrito de Évora, Luís Montenegro foi questionado pelos jornalistas sobre este tema do fecho de maternidades.
De acordo com uma notícia avançada pelo "Expresso", o grupo de peritos encarregue de propor uma solução para as urgências de obstetrícia e blocos de partos nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) propôs ao Governo o fecho do atendimento SOS em dois hospitais da Grande Lisboa e dois na área geográfica da administração regional do Centro.
Numa entrevista à RTP3, o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, garantiu hoje que o Governo não irá fechar nenhum serviço de obstetrícia e blocos de partos nos hospitais do SNS até ao final do ano, decisão que só será tomada no inicio de 2023.
Manuel Pizarro disse ainda que a "decisão do encerramento de maternidades, por exemplo", vai ser da direção executiva do Serviço Nacional de Saúde.
Segundo o presidente do PSD, “para quem andou tantos anos a lançar sobre outras governações e outros partidos o estigma do encerramento [e] da necessidade de tornar o sistema mais flexível, é um bocadinho notável que o ministro da Saúde, quase como o primeiro ato, venha dizer basicamente duas coisas”.
“Em primeiro lugar, que está a pensar em encerrar serviços, em segundo lugar que está a pensar em endossar responsabilidades para a direção executiva do SNS”, continuou.
O que, frisou Montenegro, vai ao encontro daquilo que o PSD já antevia: “Vamos ter um ministro e um ‘ministro sombra’, os dois a trabalhar em conjunto e os dois a endossar-se mutuamente responsabilidades”.
“Onde é que fica o cidadão no meio disto tudo? Onde é que ficam os portugueses, onde é que fica a prestação dos serviços que são necessários, onde é que fica, por uma vez, a responsabilização do PS, que governa há sete anos de dizer: ‘falhei na política de Saúde”´, questionou.
O líder ‘laranja’ argumentou que “o PS falhou e há que assumir isso” e, agora, o executivo de António Costa ainda tem tempo de governação para “desenvolver políticas diferentes para obter resultados diferentes”.
“Quando este ministro da Saúde foi empossado, quando se criou o estatuto do SNS e a sua direção executiva, o primeiro-ministro ‘matou’ à partida qualquer boa expectativa sobre estas alterações porque disse que mudavam os protagonistas, mas a politica continuava a mesma. Ora, se a política vai continuar a mesma, os resultados vão ser os mesmos, vai ser a incapacidade de responder às necessidades e, por isso, já estamos a falar de encerramentos”, criticou.