O Equador decretou o estado de emergência durante 60 dias em todos os estabelecimentos prisionais na sequência de um motim em que já morreram, pelo menos, 116 reclusos.
A onda de violência nas prisões equatorianas dura há já vários meses, com confrontos entre gangues rivais, envolvendo armas de fogo, munições de guerra. Há, ainda, relatos de decapitações.
Em Guayaquil, os familiares dos reclusos aguardam notícias dos presos, muitos só ficaram a saber que os seus familiares morreram depois de terem visto vídeos de corpos decapitados que foram enviados para o exterior.
Além disso, há registo de, pelo menos, 80 feridos, de acordo com o balanço feito pelo Presidente do Equador, Guillermo Lasso.
A dimensão assumida pelo mais violento conflito do sistema prisional da história do país levou o chefe do Estado equatoriano a se deslocar-se de emergência a Guayaquil, onde está a funcionar um gabinete de crise.
“É lamentável que pretendam transformar as prisões num território de disputa do poder de quadrilhas de delinquentes”, denunciou Lasso numa conferência de imprensa.
Nesta altura, a situação nas prisões do Equador ainda não está controlada e o estado de emergência visa, por um lado, evitar o alastramento da violência a mais estabelecimentos prisionais e, por outro lado, repor a normalidade e o respeito pelos direitos humanos dos detidos.
Acresce, ainda, o problema da aglomeração de reclusos nas prisões equatorianas, que, apesar de terem capacidade para 30 mil detidos, albergam cerca de 40 mil.