Coronavírus. Milhares de pessoas encurraladas na fronteira entre Áustria e Hungria
17-03-2020 - 22:51
 • Lusa

A Hungria encerrou as fronteiras a todos os cidadãos estrangeiros, devido à pandemia de coronavírus. Cerca de 3.500 pessoas aguardam abertura de "corredor humanitário" para voltarem aos seus países.

Milhares de pessoas estão encurraladas na fronteira austro-húngara e aguardam a abertura de um “corredor humanitário” para atravessar a Hungria e chegar aos seus países, devido ao encerramento de fronteiras na União Europeia para impedir a propagação da Covid-19.

De acordo com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Roménia, Bogdan Aurescu, citado pela agência espanhola Efe, cerca de 3.500 cidadãos daquele país estavam retidos, esta terça-feira, no posto fronteiriço do município de Nickelsdorf, na Áustria, e esperam autorização para atravessar para a Hungria.

A Hungria encerrou as fronteiras a todos os cidadãos estrangeiros desde a meia-noite de segunda-feira, na tentativa de limitar as cadeias de transmissão da doença provocada pelo novo coronavírus.

Contudo, devido às pressões exercidas pelos governos da Áustria e da Roménia, as autoridades húngaras estão a planear abrir um “corredor humanitário” entre as 19h00 desta terça-feira e as 4h00 de quarta-feira, para deixar os veículos atravessar o país.

A maioria destas pessoas está a trabalhar temporariamente na Alemanha ou em França e, devido ao encerramento das fronteiras dos países que integram a União Europeia, estão a tentar regressar aos países de origem.

O ministro dos Negócios Estrangeiros romeno afirmou que a Roménia concordou com uma “medida excecional”, que será aplicada apenas “uma vez” para permitir aos cidadãos romenos o regresso a casa.

Os veículos deverão atravessar o país sem fazer qualquer paragem e serão escoltados pelas autoridades húngaras até à fronteira com a Roménia.

Coronavírus continua a alastrar-se


O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou mais de 189 mil pessoas, das quais mais de 7.800 morreram.

Das pessoas infetadas em todo o mundo, mais de 81 mil recuperaram da doença.

O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se por mais de 146 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Os países mais afetados depois da China são a Itália, com 2.503 mortes para 31.506 casos, o Irão, com 988 mortes (16.169 casos), a Espanha, com 491 mortes (11.178 casos) e a França com 148 mortes (6.633 casos).

Face ao avanço da pandemia, vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.