O navio Bibby Stockholm para requerentes de asilo no Reino Unido está a ser evacuado após ter sido encontrada a bactéria Legionella no sistema de água. Como precaução, todos os 39 migrantes a bordo que procuram asilo serão levados de novo para hotéis.
“Amostras do sistema de água no Bibby Stockholm mostraram níveis da bactéria legionella que necessitam de mais investigação”, aponta a nota do executivo, citada pela Sky News, que diz estar a trabalhar com a Agência de Saúde e Segurança do Reino Unido.
O ministro da Imigração, Robert Jenrick, está em reuniões com as autoridades sanitárias de Dorset, no sul de Inglaterra, onde o barco está ancorado.
Governo só começou a retirar migrantes depois de saber da Legionella no navio
A Legionella, que pode ser encontrada na água, pode causar graves infeções pulmonares, conhecida como a Doença do Legionário. Para já, segundo a publicação, ninguém a bordo mostrou sinais de ter contraído a doença.
Exames de rotina à água no navio foram realizados no passado dia 25 de julho, mas os resultados só foram conhecidos a 7 de agosto, o dia em que requerentes de asilo começam a subir a bordo do Bibby Stockholm.
O governo britânico está agora à espera de exames complementares, mas surgem agora críticas sobre o que foi conhecido sobre estas análises e quando é que foram conhecidas.
“Como medida de precaução, todos os 39 requerentes de asilo que chegaram ao navio esta semana estão a ser retirados. Nenhum indivíduo a bordo apresentou sintomas de Doença do Legionário”
Três andares e espaço para 500 migrantes. Eis o Bibby Stockholm
Atracado no porto de Portland, em Dorset, no sudoeste de Inglaterra, foi criado para acomodar temporariamente migrantes que chegaram ao Reino Unido e procuram asilo no país e reduzir custos com as acomodações feitas em hotéis.
Segundo o Comité de Assuntos Internos do governo britânico, num documento de outubro de 2022, o governo gasta 6,5 milhões de euros (5,6 milhões de libras) por dia em alojamentos em hotéis para migrantes que aguardam asilo, apresentando-se o barco uma solução para reduzir os custos com estas pessoas, evitando também que se tornem ilegais no país.
Enquanto o governo assume que o barco é uma estratégia de controlo da imigração, algumas organizações não-governamentais (ONG’s) e ativistas dos refugiados e direitos humanos apontam o dedo ao uso “desumano” do navio, apelidado de "prisão flutuante".
A maior crítica prende-se com a ideia de que o barco mantém os migrantes no mar, depois de terem feito travessias consideradas traumatizantes, o que pode afetar a saúde mental, já fragilizada, dos que pedem asilo.