O Sindicato Independente dos Agentes de Polícia (SIAP) anunciou hoje que vai estar presente na manifestação de quinta-feira convocada pela Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP).
A ASPP vai realizar na quinta-feira, entre o Largo de Camões e a Assembleia da República, em Lisboa, uma manifestação contra o arrastar dos problemas que afetam a Polícia de Segurança Pública e os polícias e contra a "falta de vontade política do Governo para os resolver", tendo convidado outros sindicatos da PSP para participar num protesto conjunto.
Entre os problemas constam os baixos salários, o envelhecimento do corpo policial e a sobrecarga de trabalho, que torna a carreira pouco atrativa, e a falta de efetivo.
"Face aos últimos acontecimentos vindos a público, e considerando que a consagração de padrões ético-profissionais de conduta, comuns a todos os agentes das forças de segurança é, reconhecidamente, condição indispensável para um exercício credível e eficiente do serviço policial, enquanto parte integrante do Estado de direito democrático, o SIAP marcará presença num protesto conjunto a realizar dia 24 de novembro", refere aquele sindicato, em comunicado.
O SIAP, que está entre os seis sindicatos mais representativos da PSP e representado nas negociações com o Governo, considera também que os polícias devem deixar de ser "vistos e sentidos pela classe política como uma despesa, mas sim como um investimento".
O SIAP sublinha que as reuniões com o ministro da Administração Interna foram uma "suposta negociação salarial que nunca existiu" e exige "um tratamento igualitário dos polícias face à restante administração pública, com a dignidade e o respeito que merecem".
O SIAP participa na manifestação para exigir "valorização salarial dos polícias, acesso digno à pré-aposentação, pela libertação das progressões na carreira, acesso condigno a habitação social, incrementos das ajudas de custo, pelas condições de higiene e segurança do trabalho e contra a subtração dos direitos da polícia".
Na segunda-feira, a ASPP apelou à população para que apoie os polícias na manifestação agendada para quinta-feira e mostrou-se contra a intenção de qualquer partido instrumentalizar o protesto.
Em comunicado, a ASPP/PSP afirmou "a sua independência de qualquer partido político" e diz que "não aceita que nenhum partido político tenha a pretensão de instrumentalizar" a manifestação "sob pena de desrespeitar os próprios profissionais da PSP".