Os assobios que João Mário recebeu em Alvalade, na noite de quinta-feira, ao serviço da seleção nacional revoltam Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato de Jogadores.
O presidente do sindicato recorda que em campo estava a seleção nacional e acusa adeptos frustrados.
"A revolta foi grande. Era a seleção nacional e sobretudo o atentado à pessoa humana do João Mário. Além de um grande futebolista, é o ser humano e o caráter dele. Conheço-o bem, está sempre disponível para causas sociais, é bem educado e de bom trato. Assistir a isto relvado. Temos de levantar a voz contra pessoas que exprimem as suas frustrações em jogadores", disse, a Bola Branca.
Evangelista considera que os responsáveis devem falar para tentar mudar a mentalidade: "As pessoas com responsabilidades têm de dar a cara porque há um efeito dissuasor, quer seja nestes casos, ou noutros de racismo ou assédio sexual. O facto de condenarmos e não termos medo, além de suscitar reflexão e obrigar as autoridades a agirem, tem um efeito dissuasor".
O presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes, condena os assobios a João Mário, no Estádio de Alvalade, quando o médio do Benfica entrou na segunda parte do Portugal-Liechtenstein.
"Foi com incredulidade, tristeza e desagrado que vi ontem um jogador da Seleção Nacional, João Mário, ser assobiado por uma parte do público presente no Estádio de Alvalade", escreve Fernando Gomes, em mensagem publicada no site oficial da FPF, esta sexta-feira.
Formado no Sporting - cuja casa é Alvalade -, João Mário assinou pelo Benfica, na temporada passada, depois de ter regressado, por uma época, à "casa-mãe", por empréstimo do Inter de Milão. Os leões fizeram uma proposta para continuar com ele, mas o internacional português optou, ao invés, por rescindir com os italianos e rumar à Luz a custo zero.