A Ucrânia iniciou, esta quinta-feira, a realização de exercícios militares que decorrerão até ao dia 20 de fevereiro.
É a resposta do país presidido por Volodymyr Zelensky à realização de exercícios militares da Rússia na Bielorrússia, perto da fronteira norte da Ucrânia, que decorrem na mesma altura.
De acordo com o ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, nas operações os soldados ucranianos irão “usar drones Bayraktar e mísseis antitanque Javelin e NLAW fornecidos por parceiros estrangeiros”.
Já esta quinta-feira, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, qualificou como “pressão psicológica” a presença dos militares russos junto da fronteira.
“Nós pensamos que as tropas que se acumulam perto das nossas fronteiras constituem um meio de pressão psicológica por parte dos nossos vizinhos”, disse Zelensky citado em comunicado divulgado esta quinta-feira.
O chefe do Estado ucraniano acrescentou ainda que “não há nada de novo. No que diz respeito aos riscos, eles existem e nunca deixaram de existir desde 2014”, frisando que “a questão é o nível destes riscos e a forma como nós podemos vir a reagir”.
A Ucrânia e os seus aliados ocidentais acusam a Rússia de ter concentrado dezenas de milhares de tropas na fronteira ucraniana para invadir novamente o país, depois de lhe ter anexado a península da Crimeia em 2014.
A Rússia nega qualquer intenção bélica, mas condiciona o desanuviamento da crise a exigências que diz serem necessárias para garantir a sua segurança, incluindo garantias de que a Ucrânia nunca fará parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).
O ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, disse esta quinta-feira que os ultimatos e as ameaças do Ocidente contra a Rússia "não levam a nada".
“As referências ideológicas, os ultimatos e as ameaças não vão levar a nada”, declarou Lavrov no início do encontro em Moscovo com a homóloga britânica, Liz Truss, lamentando que "muitos colegas ocidentais demonstram prazer nessa forma [de comunicação]".
Já o chefe da diplomacia francesa considerou as manobras da Rússia um "gesto de grande violência" sublinhando que é preciso esperar até ao dia 20 de fevereiro para se apurar que as tropas russas regressam às bases na Rússia, no fim dos exercícios na Bielorrússia.
Em Kiev, o chefe de Estado considerou que a concentração de tropas russas na fronteira com a Ucrânia são uma nova “pressão psicológica” recordando que o estado de guerra se prolonga desde a invasão da Crimeia, em 2014.