O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que irá pedir mais assistência militar na cimeira do G7, que começa este domingo, perante o que chamou de “chuva de mísseis” russos.
No vídeo diário dirigido ao povo da Ucrânia, na noite de sábado, Zelensky disse que o país "precisa mais do que qualquer outro lugar do mundo" dos "sistemas modernos” de defesa militar que fazem parte dos arsenais de vários países ocidentais.
A Força Aérea da Ucrânia anunciou no sábado um "ataque russo maciço (...) com mais de 50 mísseis de vários tipos disparados do ar, mar e terra", sublinhando que os mísseis utilizados são "extremamente difíceis" de intercetar pelas defesas ucranianas.
Zelensky disse que as tropas russas foram "forçadas a organizar uma chuva de mísseis" tendo como alvo “cidades de todo o país”, devido ao arrastar do conflito, que já dura cinco meses.
O líder da Ucrânia admitiu que os ataques criam uma pressão "calculada nas emoções” da população.
"Esta é uma fase moralmente difícil da guerra. Sabemos que o inimigo não terá sucesso, entendemos que ainda podemos defender o nosso estado, mas não vemos os limites temporais”, disse.
Zelensky garantiu, ainda assim, que "nenhum míssil russo, nenhum ataque pode quebrar o espírito dos ucranianos”.
“Cada um dos mísseis” russos “é um argumento” que a Ucrânia pode usar nas negociações com os aliados, defendeu o Presidente.
O líder ucraniano acrescentou que irá reiterar nas cimeiras do G7 e da NATO que os atuais pacotes de sanções contra a Rússia são insuficientes.
A cimeira do G7 arranca hoje e continua até terça-feira no Castelo d'Elmau, a cem quilómetros de distância de Munique, no sopé dos Alpes bávaros.
A reunião vai concluir com “um conjunto de propostas concretas para aumentar a pressão sobre a Federação Russa e mostrar um apoio coletivo à Ucrânia”, disse na quarta-feira um dirigente da Casa Branca.
A cimeira da NATO, que se realiza a 29 e 30 de junho na capital espanhola, Madrid, vai contar com a participação da Austrália, Japão, Nova Zelândia e Coreia do Sul.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de quatro mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A guerra também causou a fuga de mais de 16 milhões de pessoas das suas casas, oito milhões das quais abandonaram o país, ainda segundo a ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.