O Parlamento Europeu deverá dar luz verde esta semana ao início das negociações institucionais com os representantes dos Estados-membros para criar um carregador comum para dispositivos eletrónicos na União Europeia. O objetivo é facilitar a vida dos consumidores europeus e reduzir o lixo eletrónico.
O processo de aprovação da legislação tem avançado. A 20 de abril, os eurodeputados da comissão do Mercado Interno e da Proteção dos Consumidores deram luz verde à proposta apresentada, em setembro, pelo executivo comunitário para a criação de um carregador único. Quando a posição do Parlamento for confirmada em anúncio na sessão plenária, os representantes dos eurodeputados e dos 27 Estados-membros podem começar as negociações para fechar um acordo sobre a legislação.
Há mais de 10 anos que o Parlamento Europeu insiste no estabelecimento de um carregador comum para dispositivos portáteis e ainda em 2020 votou uma resolução a pressionar nesse sentido.
As novas regras preveem que telemóveis, tablets, câmaras digitais, auscultadores, consolas e colunas de som portáteis devem ser equipados com uma entrada USB tipo C, independentemente da marca. Os eurodeputados pretendem ir mais longe e alargar a lista a outros dispositivos como os computadores portáteis de baixa potência, teclados, relógios inteligentes e brinquedos eletrónicos.
A futura legislação facilita ainda a vida ao consumidor dando-lhe a opção de comprar um novo equipamento eletrónico com ou sem carregador.
Segundo a Comissão Europeia, em 2020 foram vendidos na UE cerca de 420 milhões de telemóveis e outros dispositivos eletrónicos portáteis. Em média, cada consumidor tem três carregadores de telemóveis mas só utiliza dois regularmente. 38 % dos consumidores tiveram problemas pelo menos uma vez por não conseguirem carregar o seu telemóvel devido a incompatibilidade. Por outro lado, Bruxelas estima que os carregadores eliminados e não utilizados representem até 11 000 toneladas de resíduos eletrónicos por ano.
Assim que as negociações institucionais estiverem concluídas o setor terá tempo para se adaptar, antes da entrada em vigor, graças a um período de transição de 24 meses.