Os Estados-membros da União Europeia (UE) foram instados a destinar 1.000 milhões de euros em março, para honrar o compromisso de fornecer “com caráter de urgência” as munições solicitadas pelas Forças Armadas ucranianas, revelaram fontes diplomáticas.
O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, recomenda, num documento consultado pela agência AFP, que se destinem mil milhões de euros da dotação do Fundo Europeu de Apoio à Paz, para a compra de projéteis de 155 mm utilizados pela artilharia ucraniana.
Em 07 e 08 de março, os ministros da Defesa da UE terão uma reunião informal em Estocolmo, capital da Suécia.
Uma porta-voz do Serviço Europeu de Ação Externa referiu à agência Efe que as discussões sobre a compra conjunta de armas estão em andamento e que Borrell discutirá propostas concretas com os ministros da Defesa dos 27 em 07 e 08 de março.
O Fundo Europeu de Apoio à Paz, um fundo intergovernamental fora do orçamento da UE, permitiu financiar parte das armas que os Estados-membros estão a conceder à Ucrânia para se defender da invasão russa.
O dinheiro é usado para reembolsar os estados por fornecerem à Ucrânia armas e munições das suas reservas.
Na sua proposta, Josep Borrell sugere conceder "uma taxa de reembolso favorável, até 90%, se a munição for entregue antes de uma determinada data".
O orçamento deste fundo é complementado por contribuições dos estados com base no seu Produto Interno Bruto (PIB), sendo que os três principais contribuintes são a Alemanha, França e Itália. Três países - Áustria, Irlanda e Malta - não contribuem para o financiamento do fornecimento de armas letais e as suas contribuições são cobertas pelos outros 24 Estados-membros da UE.
A porta-voz da comunidade reconheceu que o trabalho deve ser feito "rapidamente" e que a UE tem "instrumentos e estruturas sobre as quais construir", embora não tenha fornecido detalhes sobre as discussões em andamento.
Mas reconheceu que, "para corresponder às necessidades urgentes", o Fundo Europeu de Apoio à Paz pode ser utilizado "para intensificar a entrega de munições a curto prazo".
A mesma fonte acrescentou que também é necessário olhar para compras conjuntas a nível europeu para reabastecer as reservas dos Estados-membros e manter o apoio a Kiev.