O secretário de Estado da Administração Interna considerou esta segunda-feira preocupante o aumento da sinistralidade rodoviária, avançando que, para "travar este drama", estão a ser realizadas "mais acções de sensibilização e de fiscalização" aos condutores.
"Estão a ser tomadas medidas de sensibilização e de maior fiscalização aos condutores para tentar conter esta subida que é preocupante para o Governo", disse aos jornalistas Jorge Gomes, adiantando que, este ano, está a aumentar "o número de acidentes, mortos e feridos graves" nas estradas portuguesas.
O secretário de Estado participou hoje no 8.º aniversário da Unidade Nacional de Trânsito da Guarda Nacional Republicana, valência da GNR, que, segundo Jorge Gomes, é "responsável pelas acções de sensibilização" e pelo "trabalho de fiscalização" feito aos condutores no país.
Segundo dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), o número de mortos nas estradas portuguesas aumentou cerca de 25% este ano em relação ao mesmo período de 2016.
Segundo a ANSR, 226 pessoas morreram, entre 1 de Janeiro e 21 de Junho, vítimas de acidentes rodoviários, mais 45 do que no mesmo período do ano passado.
Também o número de feridos graves registou um aumento de 8,2%, atingindo este ano as 931 pessoas, enquanto em período homólogo de 2016 o número situava-se nos 860.
A ANSR indica ainda que, até 21 de Junho, registaram-se 57.788 acidentes rodoviários, menos 846 do que em igual período de 2016.
O secretário de Estado afirmou que o Governo ainda não sabe qual a razão para este aumento da sinistralidade, sublinhando que há actualmente "mais movimento na estrada" ao registar-se um aumento de condutores e de viaturas.
"Este aumento vem em contraciclo com aquilo que estava a acontecer até ao ano passado", disse, frisando que continua a existir condutores "que ainda não perceberam que andar na via pública é respeitar também os outros".
Questionado sobre o Sistema Nacional de Controlo de Velocidade (SINCRO), detecção automática da infracção de excesso de velocidade, Jorge Gomes afirmou que a maioria dos radares já entrou em funcionamento, um ano após ter sido instalado o primeiro.
Este sistema é composto por 30 radares móveis instalados em 50 locais considerados críticos.
De acordo com o secretário de Estado, as 50 caixas estão instaladas, faltando "a instalação eléctrica" em meia dúzia delas caixas, devendo o sistema estar a funcionar em pleno no final do mês.
Jorge Gomes considerou ainda "extremamente positivo" este sistema de controlo de velocidade por radar, sublinhando que "é uma rede que funciona com muita eficácia".