A Alemanha anunciou esta quarta-feira que vai aplicar mais restrições ao Irão para além das sanções que já tinham sido anunciadas pela União Europeia (UE) contra o regime dos aiatolas, na sequência da morte da jovem Mahsa Amini.
Em comunicado divulgado esta manhã, a ministra alemã dos Negócios Estrangeiros disse que, no futuro, só serão atribuídos vistos a iranianos com passaportes diplomáticos ou de serviço quando for absolutamente necessário.
Annalena Baerbock adiantou também que irá aplicar mais restrições de entrada a elementos das organizações iranianas abrangidas pelo pacote de sanções da UE, em resposta às violações de direitos humanos no país.
"As coisas não podem continuar como sempre foram nas relações bilaterais com um Estado que trata os próprios cidadãos com tamanho desprezo pelos direitos humanos."
Hoje marcam-se 40 dias da morte de Mahsa Amini, jovem curda de 22 anos detida em setembro pela "polícia da moral" no Irão por não tapar o cabelo de forma apropriada com o "hijab", ou véu islâmico.
Amini foi espancada pela polícia, morrendo dias depois no hospital. As autoridades iranianas rejeitam qualquer responsabilidade na sua morte, uma versão não aceite por uma grande parte da população que está, desde então, mobilizada em enormes protestos contra o regime.
Para marcar os 40 dias desde que Amini morreu, milhares de iranianos deslocaram-se esta manhã até ao cemitério onde a jovem foi enterrada, com muitas outras manifestações a terem lugar em várias universidades, em Teerão e noutras cidades.