Até à data, aderiram ao fundo Revita (criado para ajudar as populações afectadas pelos incêndios em Pedrógão Grande, Castanheira de Pêra e Figueiró dos Vinhos) mais de duas dezenas de entidades, com donativos em dinheiro, em espécie e em prestação de serviços.
Pelas contas agora reveladas pelo Governo, foram entregues donativos em dinheiro no valor de cerca de dois milhões de euros, provenientes de 29 instituições e particulares. No total, doaram para o fundo Revita um milhão, 961 mil e 910 euros.
Entre as instituições que transferiram mais dinheiro estão as ligadas à banca – casos do Santander, que doou meio milhão de euros, do Banco Comercial Português, com mais de 400 mil euros, e do Montepio, que transferiu mais de 250 mil euros. O Banco de Portugal doou 61 mil euros.
A Casa de Portugal em Macau transferiu 50 mil euros e há ainda entidades como a Fnac, a comunidade intermunicipal da região de Leiria (que doou 400 mil euros) e a Federação Portuguesa de Columbofilia que transferiu mais de oito mil euros para o Revita. O clube de cicloturismo de Pombal deu 1.500 euros.
Há também alguns particulares na lista de doadores, com valores entre os 25, os 200 e os mil euros.
Mas ao Revita aderiram também entidades que não transferiram propriamente dinheiro, mas que têm prestado serviços e oferecido material. Por exemplo, a Molaflex doou 73 colchões novos, o Ikea ofereceu material de mobiliário e decoração para 12 casas no valor de sete mil euros cada, a Ordem dos Arquitectos aderiu com uma bolsa de 200 arquitectos voluntários e uma bolsa de materiais de construção, tal como a Ordem dos Engenheiros.
Outras instituições inscritas no Revita são a Santa Casa da Misericórdia, que está a participar directamente na reconstrução de casas afectadas e a Associação Empresarial de Paços de Ferreira, que oferece material usado para mobiliário no valor de mais de três mil euros.
A lista foi divulgada pelo próprio primeiro-ministro na terça-feira, aos jornalistas.
“Qualquer suspeita de irregularidade deve ser tornada pública”
Quem o diz é o ministro do Trabalho e da Segurança Social, que na terça-feira à noite admitiu que possa existir duplicação de apoios, porque são muitas as entidades no terreno.
“Pode acontecer um caso ou outro em que num momento haja uma indicação de que há uma casa que vai ser apoiada por este fundo e depois por aquele, mas isso são coisas que depois se esclarecem”, afirmou Vieira da Silva na RTP.
O ministro está, contudo, convencido de que “o risco de duplicação é muito limitado”.
“Se houver riscos de alguma sobreposição, as entidades e as instituições estarão atentas e as equipas técnicas que estão mobilizadas para o terreno vão trabalhar para que isso se impeça. Se alguém tem suspeita de alguma irregularidade, tem todo o direito e o dever de a tornar pública”, sublinhou.