O julgamento de Harvey Weinstein, ex-produtor de cinema norte-americano acusado de assédio sexual e violação, começa esta segunda-feira, em Nova Iorque.
As acusações contra Weinstein, atualmente com 67 anos, começaram em 2017 e foram divulgadas pelas publicações norte-americanas “New York Times” e “The New Yorker”.
O reconhecido produtor de filmes como “O Senhor dos Anéis” e “Sacanas Sem Lei” tem-se declarado sempre inocente, afirmando que todos os atos sexuais de que é acusado foram consensuais.
O movimento #MeToo, que permitiu que muitas mulheres denunciassem uma cultura de crimes sexuais existente, em particular em contexto de trabalho, começou exatamente com a publicação destas acusações contra Harvey Weinstein.
Dois anos depois, mais de 80 mulheres divulgaram situações de abusos sexuais perpretadas pelo ex-produtor, mas apenas 29 instauraram processos em tribunal.
Muitas destas são atrizes de Hollywood, mundialmente famosas, como Annabella Sciorra, Gwyneth Paltrow, Ashley Judd e Rosanna Arquette, que possivelmente serão testemunhas no Supremo Tribunal de Nova Iorque, onde decorre o processo.
O caso centra-se, sobretudo, em duas acusações de violação. Uma das vítimas, alegadamente violada em 2006, seria uma assistente de produção com quem Weinstein estaria a trabalhar.
Se o ex-produtor for condenado pelos dois principais crimes de que está acusado poderá enfrentar uma pena de prisão perpétua, de acordo com a lei penal norte-americana.
O facto de Weinstein estar a ser julgado é considerado um passo histórico no combate destes crimes, silenciados, sobretudo em Hollywood, durante várias décadas.
As acusações de que foi alvo arruinaram a sua carreira profissional, levando a que a empresa cinematográfica, que Harvey Weinstein tinha fundado, em 2005, chamada “The Weinstein Co”, declarasse insolvência em março de 2018.