O primeiro-ministro, António Costa, explicou esta sexta-feira que não foi informado pelo Ministério das Finanças do pagamento de 850 milhões de euros ao Novo Banco.
"Não tinha sido informado que, na véspera, o Ministério das Finanças tinha procedido a esse pagamento", assumiu o primeiro-ministro, justificando desta forma o facto de, perante uma pergunta feita na quinta-feira pela deputada bloquista Catarina Martins, ter negado o pagamento.
António Costa pediu desculpa ao Bloco de Esquerda pela informação errada transmitida durante o debate quinzenal. Mas já esta sexta-feira, Catarina Martins, considerou chocante que o Estado tenha feito uma nova injeção no Novo Banco sem conhecer os resultados da auditoria.
"Em todo o caso, julgo que o mais relevante e mais chocante para o Bloco de Esquerda é o facto de ter sido feita a injeção sem conhecermos os resultados da auditoria", afirmou a líder bloquista, considerando que o Estado continua a entregar dinheiro público sem saber as contas e a gestão da entidade bancária.
Para Catarina Martins, este tipo de escolhas e de opacidade “são absolutamente insuportáveis”, mais ainda em plena crise pandémica.
Questionada sobre o desconhecimento do primeiro-ministro sobre esta questão, a coordenadora bloquista referiu que “sobre eventual descoordenação dentro do Governo” a quem teria que ser perguntado era ao Governo.
“Independentemente do que possamos pensar sobre as injeções no Novo Banco, eu julgo que ninguém compreende que o Estado continue a colocar dinheiro sem saber o que aconteceu desde a última vez que lá colocou dinheiro”, apontou, considerando que se trata de fazer injeções de capital “num buraco negro”.
O Expresso noticiou na quinta-feira que o Novo Banco recebeu esta semana mais um empréstimo público no valor de 850 milhões de euros. A verba foi transferida para o Fundo de Resolução sob a forma de um empréstimo, que injetou 1.037 milhões de euro no Novo Banco. O dinheiro destina-se a compor as contas do Novo Banco de 2019.
A notícia surgiu depois de António Costa ter garantido, nessa mesma tarde, no debate quinzenal no parlamento, que não haveria mais ajudas de Estado até que os resultados da auditoria ao banco fossem conhecidos.