O presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, garante à Renascença que, seja qual for a solução que os municípios e o Governo vieram a adotar para a nova travessia entre Porto e Gaia, "o nome mantém-se".
"O nome está definido e não tem discussão", enfatiza o autarca de Gaia.
A solução deverá ser uma ponte com dois tabuleiros: um para o Transporte de Alta Velocidade (TGV) e outro para a travessia rodoviária.
As autarquias de Porto e Gaia vão abandonar o concurso internacional que tinham lançado em 2021 para a construção de uma ponte rodoviária à cota baixa porque os concorrentes apresentaram propostas que estão muito acima do preço base do concurso.
De acordo com Eduardo Vitor Rodrigues, a solução passará por uma ponte com dois tabuleiros da responsabilidade do Estado português.
Recordando o processo, o autarca diz que “o concurso lançado em 2019” vai ter de ser abandonado porque “chegados à fase de avaliação das propostas, todas elas estão acima do valor base o que configura a deserção do concurso”.
Paralelamente, iniciou-se “a discussão da alta velocidade e o traçado proposto é muito próximo do que as autarquias de Porto e Gaia tinham definido para a travessia, pelo que aquilo que vai acontecer é que ficando o concurso deserto vamos avançar para a solução dos dois tabuleiros o que resolve o problema da ponte original”.
“O nosso objetivo era cumprir uma necessidade e se essa necessidade ficar cumprida com uma ponte com 2 tabuleiros, cumprindo a nossa necessidade com um tabuleiro à cota baixa, enquanto o Estado cumpre a sua necessidade, à cota alta, não temos nenhum rebuço em dizer, siga”, reforça.
O autarca de Gaia diz que assim se resolve "o problema das cidades naquilo que é a travessia, à cota baixa, e o Estado resolve o problema da alta velocidade na à cota alta e julgo que ficamos todos a ganhar”.
O autarca critica “a burocracia que tolhe” associada aos concursos públicos e revela alguns prazos quanto ao avançar da empreitada. Eduardo Vitor Rodrigues adianta que “nas próximas será feito o relatório final” para as duas autarquias abandonarem o seu concurso e depois “haverá um encontro com o Governo e com a infraestruturas de Portugal para fechar o assunto e tanto quanto eu sei; aliás foi anunciado publicamente pelo governo, até ao verão haverá o lançamento da concessão/construção da linha de Alta Velocidade entre Porto e Soure e nesse troço está incluída a ponte”.
Garantida está a homenagem ao antigo bispo do Porto. O presidente da Câmara de Gaia assegura que todas as partes envolvidas no processo entendem que “qualquer que seja a solução - seja a solução original, seja a solução composta com alta velocidade - a ponte terá o nome de D. António Francisco dos Santos”.
"Esse lado simbólico está perfeitamente acautelado”, reforça.
Ponte Luís I: Tabuleiro inferior reabre até abril
Entretanto, a reabertura à circulação do tabuleiro inferior da ponte Luís I deverá acontecer até meados de abril. “Temos essa expectativa”, assegura o autarca de Vila Nova de Gaia .
Os atrasos estão relacionados “com um processo complicado que ultrapassa muitas vezes os planeamentos, porque estamos a falar de um trabalho que foi muito prejudicado pelo Inverno duro que tivemos entre novembro e dezembro”.
”Admito que, apesar de tudo, as coisas correram bem, porque aquilo que nós tivemos de atraso, deveu-se a um Inverno muito rigoroso. Eu diria que são os dois meses deste atraso imprevisto que ocorreu”, remata.