Os números revelam que o Governo encara o futuro com otimismo e prevê que a economia cresça 9% no conjunto deste ano e do próximo. O cenário foi apresentado pelo ministro das Finanças, João Leão, no Programa de Estabilidade e aprovado e enviado para o Parlamento.
O economista entende que os dados adiantados pelo Governo ultrapassam todas as previsões conhecidas sobre a economia nacional.
"Esta previsão é uma redução da previsão de crescimentos do Orçamento do Estado (OE). Em outubro, o OE previa para este ano o crescimento de 5,4%. Obviamente que o agravar da situação pandémica leva a que o Governo reveja em baixa a sua previsão de crescimento para 4%. No entanto, esta previsão é mais otimista que a da maioria das entidades nacionais e estrangeiras", diz o social-democrata.
Ainda sem conhecimento detalhado dos números do programa de estabilidade, Joaquim Miranda Sarmento acrescenta que o cumprimento das metas só acontecerá num quadro de recuperação total da realidade pré-pandemia.
"A grande questão que se coloca neste momento é, ao nível do debate europeu, quando é que as regras orçamentais voltam a estar em vigor, se continuarão suspensas em 2022, e se haverá ou não alguma alteração nas regras orçamentais. Isso vai determinar o montante e a velocidade do ajustamento que as contas públicas terão que fazer", afirmou, acrescentando que a economia portuguesa está "muito condicionada pela parte sanitária, pela recuperação económica e pelo que vier a ser a decisão europeia sobre as regras orçamentais."