O Ministério Público vai abrir um inquérito sequência das declarações da bastonária da Ordem dos Enfermeiros que denunciou, na Renascença, casos de eutanásia nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde.
Em resposta à Renascença, a Procuradoria-Geral da República esclarece que “sempre que tem conhecimento de factos susceptíveis de integrarem a prática de crimes, age em conformidade através da instauração do competente inquérito”.
Também o Ministério da Saúde deu ordem à Inspecção-Geral das Actividades em Saúde para abrir um inquérito e apurar a verdade dos factos.
Este sábado, no programa “Em Nome da Lei”, da Renascença, a bastonária Ana Rita Cavaco afirmou que a eutanásia já é sugerida por médicos do SNS.
"Vivi situações pessoalmente, não preciso de ir buscar outros exemplos. Vi casos em que médicos sugeriram administrar insulina àqueles doentes para lhes provocar um coma insulínico. Não estou a chocar ninguém, porque quem trabalha no SNS sabe que estas coisas acontecem por debaixo do pano, por isso, vamos falar abertamente", disse. Não estou a dizer que as pessoas o fazem, estou a dizer que temos de falar sobre essas situações", concluiu.
A Ordem dos Médicos já veio considerar essa afirmação “gravíssima”, uma vez que envolve médicos e enfermeiros na alegada prática encapotada de crimes de homicídio.
Em declarações esta segunda-feira à Renascença, a bastonária afirmou não ter dito "que se tinha cometido ilícito nenhum. "que se tinha cometido ilícito nenhum. Sugerir alguma coisa, discutir um assunto não configura nenhum ilícito. Discutir não é crime, sugerir não é crime, falar sobre as questões não é crime.
[Notícia actualizada às 15h09]