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Depois de na segunda-feira, a ministra da Saúde, Marta Temido, ter alargado o aconselhamento do uso das máscaras a toda a população, o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, afirma que, até ao momento, não usou máscara, e que para isso muito contribuiu a indefinição da Direcção-Geral de Saúde (DGS) em relação a este tema.
Medina acha que apesar da DGS estar a seguir as indicações da Organização Mundial de Saúde (OMS), devia ter resolvido esta questão mais cedo.
“Creio que é das situações que a Direção-Geral de Saúde devia ter resolvido há bastante mais tempo. Tem havido muita informação ambígua em relação a essa matéria”, contesta, no debate com o advogado João Taborda da Gama, que aconteceu como habitualmente no programa As Três da Manhã.
“A DGS foi sempre seguindo as indicações da OMS, mas porventura com uma aplicação mais global deviam ter tido outra leitura”, sinaliza.
O autarca de Lisboa defende que há casos em que “se percebe com clareza a importância que as máscaras podem ter”. “Há uma percentagem muito elevada de pessoas que durante um longo período contraem, curam e ficam assintomáticas”, relembra.
E acrescenta que as máscaras não são muito eficazes para o próprio, em comparação com o isolamento social, mas controlam a velocidade de propagação da doença.
“A DGS revolvendo estes problemas que tem tido em relação à comunicação sobre máscaras seguirei essas recomendações”, conclui Medina.
Proteger e economia é proteger os mais fracos
Outro dos temas em debate, na manhã desta terça-feira, foi o retomar da atividade económica que personalidades de vários quadrantes defenderam. O advogado João Taborda da Gama afirma que ao “contrário do que alguns populistas defendem” não são os ricos, mas os mais pobres que vão beneficiar com o regresso da normalização da economia.
“Proteger a economia é proteger os mais fracos. Sem economia não há aposta nos subsídios de emprego e na saúde”, refere Taborda da Gama.
O mesmo exemplifica que nesta crise foram não só os médicos e todos os profissionais de saúde que não pararam, foram também aqueles que têm de ganhar a vida diariamente, e que não podem ficar em casa sobre pena de não ter o que comer, como por exemplo os que fazem entregas.
Para o advogado é inevitável a decisão da retoma à atividade, apesar de, possivelmente, as reacções negativas se irem multiplicar.
“Muito rapidamente tem de se perceber qual o plano de saída para que a destruição não seja absoluta”, enfatiza.
Medina e a adaptação ao novo normal
O presidente da Câmara de Lisboa concorda que esta crise terá efeitos assimétricos sobre a população, e que a retoma terá de acontecer o mais brevemente possível.
Esse é um movimento que já está a acontecer nos países que tiveram a pandemia mais cedo, e que estão a aligeirar as medidas de confinamento como é a Áustria, a Dinamarca e a Alemanha.
Para Fernando Medina essa será uma altura que vai marcar uma nova fase no combate à doença: “Vamos conviviver com o vírus, aprender a viver com o ele”.
O autarca reconhece que, ainda assim, os riscos se mantêm, uma vez que não há vacina, nem antivíricos eficazes, e a quantidade de população exposta não é grande, e que não é liquido que o Verão traga uma melhoria.
Medina defende um regresso à vida normal em “alerta permanente”, com um “elevado grau de consciência social em relação aos riscos que se mantém”, e que passará pelo uso de “máscaras em locais confinados”.
“Temos de estar preparado para que possa haver novos surtos”, explicou, ao mesmo tempo que disse que vamos “todos ter de aprender a viver no novo normal”.