"Grande caranguejola", "laranja mecânica", ou a "última laranja de Montenegro". É assim que o presidente do Chega classifica a nova Aliança Democrática (AD), que vai constituir uma coligação pré-eleitoral entre o PSD e o CDS-PP nas próximas legislativas e europeias.
"Um já está morto, o outro vai morrer", atirou André Ventura durante o discurso no jantar de Natal do Chega, esta quinta-feira em Oeiras, na primeira reação do partido a esta coligação anunciada ao final da tarde.
Aos jornalistas o líder do partido garante que nunca iria aceitar fazer parte desta coligação e reitera que o Chega vai sozinho a votos.
Ventura acredita que o PSD e o CDS "deram uma prenda ao Partido Socialista" e que esta é uma "solução do passado" numa alusão à primeira edição da Aliança Democrática liderada por Sá Carneiro, e que conseguiu vencer o PS.
"O país pensava que nós estávamos importados com isto. A nós é-nos absolutamente indiferente que o PSD decida fazer coligações com quem quiser, nós vamos sozinhos a estas eleições e vamos para ganhar", prometeu André Ventura perante os deputados e funcionários do partido.
O líder do Chega afirma que o partido não vai a votos "com um lema de 40 anos" porque "não é com um lema de 40 anos que vamos dar esperança e futuro às pessoas". E sugere um nome com o qual aceitaria integrar uma coligação: "Nunca lhe chamaria Aliança Democrática, era a coligação Limpar Portugal".
No início do discurso o deputado começou por vincar que a culpa da crise política em que o país se encontra é da responsabilidade de António Costa. "Devemos sempre lembrar-nos disso, para quando formos a votos", sublinhou André Ventura.
Aproveitando as palavras proferidas por Passos Coelho esta semana, quando disse que António Costa se demitiu por "indecente e má figura", André Ventura afirma que o PSD "faz tudo para que não se fale deste escândalo de corrupção" e explica porquê: "Não se fala porque eles estão tão agarrados como o PS".
No final, André Ventura desejou feliz Natal aos presentes e deixou uma promessa: "Este é o nosso último Natal antes de sermos governo de Portugal".