O eurodeputado Paulo Rangel diz-se “surpreendido” e “emocionado” com o esforço de reconstrução da Ucrânia.
“Eles dizem que estão a reconstruir algumas coisas que sabem que vão voltar a ser destruídas, mas não podem deixar de o fazer, para mostrar esta resistência e criar condições aceitáveis de qualidade de vida e de transporte”, tendo em conta que “muitas pontes e estradas ficaram muito destruídas”, diz Rangel à Renascença a partir de Kiev, no balanço de uma visita de dois dias à Ucrânia.
Numa altura em que, no leste do país, as forças russas apertam o cerco à cidade estratégica de Bakhmut, Paulo Rangel saúda a forma como os ucranianos já se preparam para a paz, que não se sabe quando há de chegar: “É a melhor forma de levantar o moral” de um país que, há um ano, “conduz uma guerra, depois de uma invasão bárbara e agressiva que continua em curso”.
Lukashenko em Pequim? China “não é confiável”
Noutro plano, Paulo Rangel denuncia o que diz ser a “ambiguidade” da China que, enquanto acena com um plano de paz para a Ucrânia, recebe o presidente da Bielorrússia, Aleksandr Lukashenko, aliado de Putin desde a primeira hora.
“Quando, esta semana, a China apresentou o seu plano para a paz para a Ucrânia, o Presidente Zelensky reagiu de uma forma muito diferente de Washington, Berlim e Bruxelas, que foram muito críticos e até muito duros”, constata Rangel.
“Esta visita de Lukashenko a Pequim, na minha opinião, vai reforçar a reação à iniciativa chinesa. Ou seja, de que a China está a jogar em dois tabuleiros e, por isso, não é um parceiro credível nem confiável para ser mediador e não é credível e confiável a ideia de que não está a apoiar a Federação Russa para manter o Ocidente ocupado com a questão da guerra desencadeada pela Rússia”, conclui.