Os centros de vacinação prolongaram esta tarde a modalidade Casa aberta para as crianças entre os nove e os 11 anos que não conseguiram fazer o autoagendamento. Em Gondomar, o Centro de Vacinação permaneceu aberto até às 15h00, confirmou à Renascença a enfermeira Ana Isabel Lima, a coordenadora local. Até ao meio-dia e meio foram vacinadas as cerca de 750 crianças que tinham feito o autoagendamento para hoje, mas também já foram inoculadas algumas que não tinham marcação.
“Temos que fazer um filtro, mas a decisão mais correta é a vacinação”. O Pai do Gonçalo reconhece a dificuldade em optar face aos argumentos pró e contra a vacinação de crianças, contudo garante não ter dúvidas de que a “decisão mais correta” é a da proteção através da vacinação. “Confesso que também tenho receio. Li e informei-me e discuti com a Mãe sobre a questão e depois de uma filtragem acho que a decisão mais correta é a vacinação”, reforça o Pai do Gonçalo enquanto verifica o estado de espírito do seu ascendente. Já Gonçalo, bem-disposto garantia estar preparado para receber a sua dose, e revelava que o facto de ser jogador de hóquei em Patins também pesou na sua predisposição, porque “tem muita gente no meu desporto e pode haver perigo de o Covid apanhar alguém, e temos de ser vacinados para nos protegermos”.
Também Olivia, Mãe de João confessa ter hesitado, mas “depois as agravantes” associadas à doença, porque “depois não podem ir para escola e se não tivesse a vacina tinha de ficar em casa em quarentena, e como a dose é menor neles, optei que se calhar era melhor” ser vacinado.
Por sua vez, o João do alto dos seus 10 anos assegura que nunca hesitou e que disse na primeira hora que “queria ser vacinado porque assim estava mais protegido”. João promete mesmo usar da sua influência na escola: “Vou-lhes dizer que têm de ser vacinados porque assim escusam de ficar em casa e vir para a escola”.
Ladeada por dois dos seus filhos, enquanto esperavam no recobro, Sofia Rocha lembrava que vacinação pode “prevenir grandes epidemias”. Hoje foram vacinados o Santiago de nove anos e a Helena de 11, mas em casa ficou um terceiro filho de sete anos, e Sofia garante que mal abra a possibilidade de vacinação para a sua faixa etária” ele também vem”.
Ao lado, Santiago ouvia a sua Mãe e acenava afirmativamente como quem diz concordo, e quando questionado sobre os receios que possa ter tido, lá confessa que no início teve “medo da agulha”, mas depois de passado o susto considera ter sido a melhor opção “porque assim é mais difícil ficar com o Covid e a escola também ficar infetada”. Também a irmã Helena mais velha dois anos promete fazer pedagogia na sua escola, “porque alguns não querem ser vacinados, e então eu aconselho muito que venham”.
No centro de vacinação de Gondomar, nestes dois primeiros dias foram inoculadas mais de mil e 500 crianças. Ana Isabel Lima, coordenadora do centro de vacinação lembra que a população “no geral é recetiva à vacinação” e garante que “os pais estão a encarar esta vacina contra a Covid como uma outra normal”. “As pessoas estão muito sensíveis à vacinação, e sempre tivemos boa cobertura vacinal em qualquer vacina e no caso das crianças sempre acima dos 95 por cento”, recorda.
A enfermeira afirma que “os pais estão preocupados com a vacinação no sentido de os (filhos) querer vacinar e não preocupados com as consequências da vacina ou outras questões relacionadas com a vacinação contra a Covid”. “Estão a encarar esta vacina como uma vacina normal”, conclui.