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Portugal prepara-se para acolher, este mês, mais de numa centena de refugiados, alguns dos quais vindos, pela primeira vez, de campos da Turquia.
“Está prevista a chegada de mais 111 refugiados da Grécia, mas estes são números que evoluem, consoante os pedidos que nos chegam da Grécia ou da Itália. Também vamos começar a receber os primeiros refugiados sírios reinstalados a partir da Turquia”, anunciou esta semana a ministra da Administração Interna.
Constança Urbano de Sousa falava à chegada de um outro grupo de pessoas ao aeroporto de Lisboa, vindas da Grécia e, na sua maioria, de nacionalidade síria.
“Portugal já recebeu 335 pessoas, sobretudo de nacionalidade síria, mas também da Eritreia, que são os que vêm de Itália”, explicou a ministra.
Constança Urbano de Sousa garantiu, na altura, que a maioria dos problemas logísticos está resolvida e que o apoio financeiro prometido por Bruxelas também já foi entregue.
“Essa verba já chegou, já foram ultrapassados todos os constrangimentos que havia e as verbas estão a chegar às associações que integram e acolhem estes refugiados”, afirmou.
Comissão elogia Portugal
O comissário europeu responsável pelo programa de recolocação de refugiados, Dimitris Avramopoulos, admite, porém, que ainda há problemas por resolver e que os resultados estão aquém do desejável.
Elogia, contudo, o trabalho de países como Portugal. “Quero ser sincero: os resultados não são espectaculares. Direi que são fracos. Mas é um facto de que países como Portugal estão a mandar hoje um sinal aos restantes países europeus sobre o verdadeiro significado da solidariedade”, afirmou na visita que fez a Lisboa, no final de Maio.
Apesar das dificuldades, Avramopoulos garantiu: “Não vamos ficar por aqui. Neste momento, a Comissão está a trabalhar arduamente para adoptar novos mecanismos, novas políticas e novos esquemas, no campo da integração, por exemplo."
“Nunca devemos esquecer que estamos a falar de refugiados. Estas pessoas precisam de protecção internacional e é nosso dever moral e político recebê-las”, defendeu, lembrando que o problema é mundial e que, neste momento, “há 55 milhões de potenciais refugiados em todo o mundo”.
“A mobilidade humana vai definir o nosso século, devemos estar bem preparadas para acolher estas pessoas”, sublinhou.
“A Europa tornou-se muito atractiva para estas pessoas, mas a Europa baseia a sua existência em dois princípios: solidariedade e responsabilidade. E isto é o que todos devem adoptar, defender e implementar”, destacou ainda.