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A Associação Portuguesa de Defesa do Adepto (APDA) subscreve o manifesto das claques da Europa.
Centenas de grupos organizados de Espanha, Itália, Alemanha ou França redigiram um comunicado conjunto, em que pedem à UEFA para que o futebol não seja retomado, devido à pandemia do novo coronavírus. Os "ultras" querem manter o futebol parado até que "regressar às bancadas deixe de ser um risco para a comunidade". Em Portugal, apenas a "Torcida Verde", afeta ao Sporting, assinou o documento, como confirmou a Bola Branca o líder deste grupo.
Também consultada por Bola Branca, a presidente da APDA, Martha Gens, observa uma série de questões em aberto a que urge responder.
"Quais são as soluções efetivas ou estamos todos submissos a esta escravidão do dinheiro?", pergunta, citando uma expressão igualmente utilizada no texto da missiva dirigida à entidade que gere o futebol europeu. A presidente da APDA apela, ainda, para que "estas questões levem a pensar um bocadinho".
Transportando a crítica para o contexto nacional, Martha Gens garante entender os condicionalismos criados pela Covid-19, mas defende, igualmente, que há que colocar os adeptos no topo das prioridades.
A porta-voz dos adeptos portugueses sustenta que a modalidade não deve ser encarada de forma diferente de outras áreas da sociedade, em que os efeitos da pandemia também se fazem notar. Porém, na sua opinião, uma vez que foram equacionadas condições para a retoma, os adeptos devem ser considerados. Sobretudo a partir de 2020/21.
"Até que ponto existe essa necessidade criteriosa, em particular no futebol português da Primeira Liga, de regressar às competições, seja de forma for? Preterindo, para variar, os do costume: os adeptos. E, assim, vai ao encontro do que está expresso no comunicado? Ou seja, o futebol só deveria recomeçar quando os adeptos também pudessem reocupar os seus lugares nas bancadas. Claramente que era esse o nosso desejo", frisa.
Martha Gens lembra que, "fora no desporto, os pequenos e os grandes negócios, toda a gente vai sofrer com esta pandemia", com questões de desemprego e não só.
"E temos futebol? Que sentido é que isto faz? O futebol deve ser, sim, um sinónimo de que estamos todos bem e não estamos. [A inclusão dos adeptos] Deve ser prioridade. Seguindo, obviamente, as recomendações da Direção-Geral da Saúde ou [autoridades] internacionais. Obedecendo a esses critérios, então, veremos se é possível ou não [voltar]. Agora, essa deve ser a primeira perspetiva a ser atendida. Isto é, o início de uma época com adeptos", conclui.