"Perfeita imbecilidade". PGR devia dizer que "os maridos das procuradoras têm o dever de ficar em casa a cuidar das crianças"
13-09-2024 - 10:39
 • Sérgio Costa , Jaime Dantas

Em causa as declarações em que culpa as mulheres em idade fértil pelos constrangimentos no Ministério Público.

Henrique Raposo considera "uma perfeita imbecilidade" as declarações de Lucília Gago durante a audição na Assembleia da República esta quarta-feira, em que associa os constrangimentos no Ministério Público a um número que diz ser elevado de mulheres jovens e, por isso, em idade fértil.

No seu comentário n' "As Três da Manhã" da Renascença, Raposo vai mais longe e diz mesmo que a procuradora-geral da República está a "competir com o André Ventura para o prémio de personagem mais imbecil do espaço público deste ano", acusando-a ainda de "não conhecer a própria casa".

"Como a Renascença mostra, em 700 magistrados do Ministério Público há 26 raparigas abaixo dos 30. Portanto, são estas 26 raparigas que estão a bloquear a justiça em Portugal. É um perfeito disparate. incompetência pura", critica o comentador.

Defende que o que Lucília Gago deveria ter dito é que "os maridos das procuradoras têm o dever de ficar em casa a cuidarem das crianças para que não sejam apenas as mulheres, ainda mais são procuradoras, a sacrificar a sua carreira"

O comentador continua dizendo que as declarações da procuradora "encaixam naquilo que é o maior problema bloqueio da sociedade portuguesa, que é a maneira como as mulheres são tratadas".

"É este machismo que está nas declarações da Lucilía Gago, o machismo chegano que depois aparece a jusante a dizer que há tantos imigrantes em Portugal", conclui Henrique Raposo.