O Presidente da República apelou ao compromisso de todos para com o multilateralismo e a ONU, 75 anos depois da sua criação, defendendo que isso se torna ainda mais urgente com as consequências da pandemia de Covid-19.
Marcelo Rebelo de Sousa fez este apelo numa mensagem publicada no portal da Presidência da República por ocasião da reunião de alto nível que decorrerá, esta segunda-feira, por videoconferência para comemorar os 75 anos da Organização das Nações Unidas (ONU), aniversário que se celebra no dia 24 de outubro.
Nesta nota, o chefe de Estado começa por citar as primeiras palavras do preâmbulo da carta fundadora da ONU, assinada em 26 de junho de 1945: "Nós, os povos das Nações Unidas".
O Presidente da República afirma que esta frase "veio mudar o mundo para sempre" e que os valores da Carta das Nações Unidas "continuam relevantes nos dias de hoje: a paz e segurança mundiais, a promoção dos direitos humanos universais e justiça para todos".
"Neste ano em que celebramos os 75 anos da sua assinatura, é tempo de refletir e reafirmar o compromisso das nações, também de Portugal, para com o multilateralismo e as Nações Unidas", escreve Marcelo Rebelo de Sousa.
O chefe de Estado refere-se depois às "circunstâncias particularmente difíceis causadas pela pandemia da Covid-19", que aponta como "um dos maiores desafios à escala global que a ONU e os seus Estados-membros enfrentam desde a sua criação".
Marcelo defende que esta conjuntura torna "ainda mais premente e atual o compromisso de todos perante os valores da Carta das Nações Unidas".
"Recordo também as obrigações assumidas por Portugal decorrentes da Carta das Nações Unidas e outros tratados e fontes de direito internacional e reitero a minha esperança num mundo melhor, mais digno e mais justo para todas as gerações. Juntos, 75 anos depois, continuamos a construir um futuro melhor, convictos de que a nossa visão multilateralista, aberta e solidária está em plena sintonia com a nobre missão das Nações Unidas e da sua Carta", acrescenta.
Os trabalhos da 75.ª sessão da Assembleia Geral da ONU, órgão constituído por representantes de todos os 193 Estados-membros desta organização, começaram na semana passada e o debate geral terá início na terça-feira.
Desta vez, devido à pandemia, a sessão decorre com recurso a intervenções em vídeo, embora qualquer líder mundial tenha o direito de comparecer pessoalmente para discursar na sede da ONU, em Nova Iorque.
Nesta 75.ª sessão, será o primeiro-ministro, António Costa, a representar o Estado português. O debate geral entre chefes de Estado e de Governo terá como tema "Tornar a ONU relevante para todos: Liderança global e responsabilidade partilhada para sociedades pacíficas, equitativas e sustentáveis".
A pandemia de Covid-19, doença provocada por um novo coronavírus detetado em dezembro do ano passado no centro da China, atingiu 196 países e territórios e já infetou mais de 30 milhões de pessoas e fez mais de 950 mil mortos a nível global, segundo um balanço da agência de notícias francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.912 pessoas dos 68.577 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.