O Ministério Público abriu 5.564 inquéritos por corrupção e criminalidade conexa nos três últimos anos judiciais, segundo um relatório divulgado pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
De acordo com o Relatório Síntese 2014-2017 sobre Corrupção e Criminalidade Conexa, 2.014 dos inquéritos abertos nos últimos três anos (2014/2015, 2015/2016 e 2016/2017) estão relacionados com crimes de corrupção, o que representa 36,2% do conjunto de crimes, seguindo-se o abuso de poder (1.286) e de perto o peculato (1.260).
Logo de seguida estão os inquéritos por crimes de branqueamento de capitais (534) e a Participação Económica em Negócio (251).
Numa análise pelos três anos constantes no estudo, é visível o aumento do número de inquéritos abertos por corrupção e crimes conexos, passando de 1.619 em 2014/15 para 1.741 no ano judicial seguinte e 2.204 entre Setembro de 2016 e Agosto de 2017
Segundo a PGR, verificou-se que o número de inquéritos registados por crime de corrupção aumentou 37,7% e de abuso de poder 33%.
Em contrapartida, o número de inquéritos registados por peculato, depois de um aumento de 17% em 2015/16, diminuiu 7,2% no ano judicial 2016/17.
Os inquéritos registados por branqueamento de capitais sofreram um aumento de 15,8%.
Quanto aos processos findos no mesmo período, o estudo indica que foram encerrados 3.337 inquéritos, dos quais 457 deram origem a uma acusação do Ministério Público, 2.734 foram arquivados e foi aplicada a suspensão provisória do processo em 146, o que significa que em 18,1% dos inquéritos encerrados foi exercida a acção penal pelo MP.
Este sábado assinala-se o Dia Internacional contra a corrupção.