Decorre esta terça-feira a inauguração do memorial de Pedrógão Grande, em homenagem às mais de cem vítimas dos incêndios há seis anos atrás.
Esta cerimónia vai contar com a presença de membros do Governo, mas acontece depois de uma polémica precisamente à volta de quem estaria no evento.
O Explicador Renascença explica o que está por trás de mais uma controvérsia.
Que cerimónia é esta?
É a inauguração oficial do memorial às vítimas dos incêndios de 2017.
Uma cerimónia que foi agendada na semana passada e que na altura causou alguma polémica, até motivando uma nota do Presidente da República.
Marcelo Rebelo de Sousa não gostou de saber pela comunicação social e lamentou que a cerimónia tivesse sido marcada para um dia em que ele estava fora do país, em Itália.
Então Marcelo Rebelo de Sousa não vai à cerimónia?
Vai. O que acontece é que para permitir a presença do Presidente da República, foi adiada a hora da cerimónia.
Era suposto realizar-se às 15h00, depois passou para as 17h00 e agora ficou marcada para as 19h00.
Marcelo, que almoçou em Itália, vai assim poder ir a Pedrógão.
Porque foi escolhido este dia?
Não se trata de um dia em que se registaram as mortes durante os incêndios de 2017 e esse foi um dos motivos de queixa da presidente da Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrogão Grande.
À Renacença, a responsável disse que a inauguração deveria ter sido a 17 de junho ou então a 15 de outubro, quando deflagraram os grandes incêndios da zona centro.
Mas este acabou por ser o dia escolhido tendo em conta a agenda do primeiro-ministro.
A homenagem às vítimas acabou por ser mais uma polémica?
Sim, desde logo porque o memorial abriu sem qualquer presença do Governo, só depois da controvérsia que se gerou é que foi agendada a ceromónia desta terça-feira.
Além de que o memorial, que é, na verdade, um lago alimentado por uma fonte, foi inicialmente pensado também para que os bombeiros tivessem onde ir buscar água, mas esse projeto foi por água abaixo.
O prazo de conclusão também derrapou, neste caso, um ano.
Não foi garantido que os problemas dos incêndios iam ser corrigidos?
Foi, mas a verdade é que, em muitas localidades daquela região não há rede móvel, nem de internet e, numa emergência, isso pode impedir chamadas de socorro.
E a ANACOM confirma que as medições que fez já este ano em Pedrogão Grande mostram muitas deficiências de conbretura: olhando para as três maiores operadoras, em média, 35% das comunicações são más ou mesmo inexistentes.