O líder parlamentar do PSD, Paulo Mota Pinto, pede a demissão da ministra da Saúde na sequência dos problemas nos serviços de urgência. Num debate na Assembleia da República, o primeiro-ministro defendeu Marta Temido.
"O que é que é será mais preciso que aconteça para que, como até já foi pedido por pessoas do seu partido, o primeiro-ministro reconheça a responsabilidade política da ministra da Saúde e a substitua por incapacidade de gestão ou de promover reformas que mantenham o nível do SNS", desafiou Paulo Mota Pinto.
O deputado do PSD considera que essa "incapacidade se tornou por mais evidente" nas últimas semanas de crise no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Paulo Mota Pinto voltou a confrontar o primeiro-ministro: "ou será que afinal a opção é sua e a responsabilidade política também é sua”.
Na resposta, António Costa garante que ouve toda a gente, mas é ele quem toma as decisões e que mereceu recentemente um voto de confiança dos portugueses, com a vitória nas eleições legislativas com maioria absoluta.
"A responsabilidade política de tudo o que ocorre no Governo é do primeiro-ministro. Eu respeito a opinião de todos, aqueles que nunca foram membros do Governo e aqueles que tendo sido membros do Governo opinam sobre quem é membro do Governo, mas até prova em contrário só há uma pessoa que escolhe os membros do Governo e neste momento sou eu", afirmou o primeiro-ministro.
"Portanto eu assumo a responsabilidade por tudo o que fazem ou não fazem os membros do Governo que escolhi”, sublinhou António Costa, recusando a demissão da ministra da Saúde, Marta Temido, que também está presente na Assembleia da República.
No arranque do debate, e também questionado pelo PSD, António Costa disse que não considera aceitável as falhas nas urgências do Serviço Nacional de Saúde.
"Obviamente, não considero aceitáveis estas falhas de serviço" do SNS", declarou António Costa no primeiro debate parlamentar com o primeiro-ministro da nova legislatura.