O chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa, pediu hoje perante o Congresso brasileiro que o Brasil continue uma "pátria de liberdade, de democracia, de justiça, de sonho, de esperança, de reinvenção ilimitada, potência universal".
Marcelo Rebelo de Sousa discursava numa sessão solene comemorativa dos 200 anos da independência do Brasil, no Congresso Nacional, em Brasília.
"Nós, portugueses, amamos profundamente no Brasil e em vós, brasileiros, essa alma enleante, indomável, tenazmente obstinada, que vos faz diferentes, que vos faz irrepetíveis na humanidade", acrescentou.
O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, iria fazer o discurso de encerramento, mas cancelou a sua participação nesta sessão no Congresso e não ouviu a intervenção de Marcelo Rebelo de Sousa, que acabou por ser a última.
O Presidente português fez da sua intervenção essencialmente um agradecimento aos "queridos irmãos brasileiros" pela sua independência e pela nação que construíram, e ao falar do passado colonial mencionou as "escravidões, explorações e discriminações seculares".
"Que para sempre viva o Brasil, que para sempre viva a fraternal amizade entre o Brasil e Portugal, que para sempre viva a projeção no mundo da nossa mais vasta comunidade de fala, de língua, que no Brasil tem o esteio mais forte, o pilar mais incansável, a mais eterna juventude, o mais perfeito futuro. Obrigado Brasil", declarou, ao encerrar o seu discurso.
O chefe de Estado português foi elogiado no final da sessão. Um desses elogios veio de Michel Temer.
O antigo Presidente do
Brasil não quer comentar a ausência de Bolsonaro, mas diz que esta sessão foi
muito importante até para separar da campanha eleitoral. E considerou que "o gesto foi adequadíssimo", até porque é preciso "procurar pacificação do povo português".
Antes, discursaram nesta sessão solene os presidentes do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, assim como dos responsáveis pelas comissões constituídas nas duas câmaras brasileiras para estas comemorações, e o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux.