A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) assustou durante décadas a economia mundial. Ao fechar a “torneira” do petróleo bruto e assim encarecer o “crude”, o poderio da OPEP atingiu o seu máximo em 1979. Kissinger manifestou, então, o desejo de os principais países consumidores de petróleo se unirem numa espécie de cartel de compras – o que nunca aconteceu.
Mas a OPEP tem perdido força nos últimos anos, apesar de agora contar com a Rússia como país aliado. Em março do ano passado o barril de Brent (dois terços das transações mundiais de crude são cotadas assim) situava-se à volta de 130 dólares. Agora o barril de Brent anda pelos 75 dólares, uma queda de cerca de 50%.
Reagindo a esta descida de preço, a OPEP recorreu a sucessivos cortes na produção, com destaque para a Arábia Saudita, que prometeu reduzir a sua produção em um milhão de barris por dia. O mais recente corte foi decidido há uma semana. Ora o preço do “crude” no mercado mundial não deu entretanto sinais de subida.
Os países da OPEP sabem que uma grande parte dos países consumidores de petróleo caminham para a descarbonização, usando menos combustíveis fósseis. E não ignoram que, graças ao “fracking”, os Estados Unidos são hoje um grande produtor de “crude”.
O que de mais sensato podem fazer os países da OPEP será usar a sua enorme riqueza acumulada para diversificarem as suas economias, tornando-as menos dependentes do petróleo. Mas esses países são, quase todos (incluindo a Rússia), dirigidos por autocratas, o que não facilita a transição.