Grupo VITA apela à adesão de psicólogos de Castelo Branco, Madeira e Açores
19-06-2023 - 09:29
 • Lusa

Os profissionais que já fazem parte da Bolsa de Psicólogos vão iniciar formação especializada no próximo dia 17 de julho. Bolsa de Psiquiatras está também em fase de constituição, tendo já sido identificados 12 especialistas que se disponibilizaram a integrar o projeto.

O Grupo VITA, que acompanha vítimas de abusos sexuais no seio da Igreja, apelou esta segunda-feira aos psicólogos, sobretudo de Castelo Branco, Açores e Madeira, para aderirem ao projeto, lembrando que ainda existem áreas do território a descoberto.

Em comunicado, a organização lembra que a Bolsa de Psicólogos para acompanhar as vítimas de violência sexual no contexto da Igreja Católica em Portugal tem já 70 profissionais, mas sublinha que a sua distribuição não é uniforme.

"A distribuição geográfica destes profissionais não é totalmente uniforme e existem ainda áreas a descoberto, pelo que apelamos aos psicólogos especialistas das regiões da Madeira, Açores e também de Castelo Branco, em concreto, para que nos contactem no sentido de colaborar com este projeto", refere a nota.

De acordo com o mapa disponibilizado, o distrito de Lisboa tem 24 psicólogos sinalizados, o do Porto 16, o de Setúbal sete e o Algarve quatro. O distrito de Castelo Branco é o único sem psicólogos sinalizados, o mesmo acontecendo com as regiões autónomas da Madeira e dos Açores.

O comunicado avança ainda que os profissionais que já fazem parte da Bolsa de Psicólogos vão iniciar formação especializada no próximo dia 17 de julho e lembra que a Bolsa de Psiquiatras está também em fase de constituição, tendo já sido identificados 12 especialistas que se disponibilizaram a integrar o projeto.

"A Bolsa de Psiquiatras e de Psiquiatras da Infância e Adolescência está ainda a ser constituída, em articulação com os respetivos Colégios de Especialidade da Ordem dos Médicos", explica.

Segundo a nota, a formação inicial a receber por estes especialistas irá abordar o tema da violência sexual em geral, os processos de avaliação e intervenção psicoterapêutica com vitimas e agressores e o seu enquadramento no âmbito do Direito penal e canónico.

Esta formação será dinamizada pelos elementos do Grupo Executivo e Consultivo do Grupo VITA, acrescenta.

Pedidos de ajuda continuam a chegar

O Grupo VITA lembra que está em funcionamento há um mês e, em articulação com a Ordem dos Psicólogos Portugueses, continua a receber pedidos de ajuda por parte de vítimas de violência sexual, estando a decorrer os respetivos atendimentos - "online" e presenciais - que "permitem a recolha adicional de informação e o posterior encaminhamento de modo a ir ao encontro das necessidades identificadas".

O grupo lembra igualmente que estão a ser sinalizadas diversas situações ao Ministério Público e à Igreja, "permitindo o início dos respetivos processos de investigação".

O Grupo VITA pode ser contactado através da linha de atendimento telefónico (91 509 0000) ou do formulário para sinalizações, já disponível no site www.grupovita.pt.

O grupo foi criado em abril, no âmbito da Conferência Episcopal Portuguesa. Assume-se isento, autónomo e independente e visa acolher, escutar, acompanhar e prevenir as situações de violência sexual de crianças e adultos vulneráveis no contexto da Igreja Católica em Portugal, numa lógica de intervenção sistémica.

A apresentação do primeiro relatório de atividades está já marcada para o dia 12 de dezembro de 2023.