O maior e mais potente radiotelescópio do mundo, que oficialmente se chama Rádiotelescópio Esférico de Abertura de 500 metros (FAST, na sigla em inglês) está nas montanhas do sul da China e é conhecido como “olho da China no céu”.
Com 500 metros de diâmetro, ultrapassou o radiotelescópio Arecibo, em Porto Rico, que tem 305 metros. O FAST começou a ser construído na última década do século XX e, em 2016, foram realizados os primeiros testes operacionais.
Recentemente, o Governo informou que, neste momento, o telescópio está em pleno funcionamento e disponível para os astrónomos de todo o mundo.
Os criadores esperam que os sinais captados por este aparelho ajudem a obter mais informações sobre a origem e a evolução do universo, através da procura de ondas gravitacionais, exploração de matéria escura e sinais que possam indicar a existência de civilizações extraterrestres.
Um dos aspetos mais inovadores deste telescópio é a capacidade de detetar “rajadas rápidas de rádio” – FRB, na sigla em inglês –, que são eventos de energia intensa que duram apenas milissegundos.
“O FAST melhora significativamente a capacidade de explorar o universo e os sinais cósmicos, que são inerentemente fracos e quase indetetáveis”, explica Min Yun, professor de astronomia da Universidade de Massachusetts, citado pela imprensa internacional.
Durante o período de testes, que durou cerca de dois anos, o FAST identificou 102 novos pulsares – sinais de rádio cuja emissão se faz em impulsos extremamente rápidos.
Este radiotelescópio custou mais de 150 milhões de euros e está localizado na depressão de Dawodang, na província de Guizhou, no sudoeste da China. Curiosamente, esta semana foi noticiada a morte de uma estudante de 24 anos, na mesma província, malnutrida devido à pobreza extrema em que vivia há vários anos.
Um dos desafios que este aparelho enfrenta é a gestão da enorme quantidade de dados que vai conseguir recolher, mas os astrónomos têm demonstrado, até ao momento, muita confiança no sucesso do FAST.
Atualmente, o conhecimento do espaço é mais do que uma questão científica, representando uma demonstração de poder por parte das três grandes potências mundiais: China, Rússia e Estados Unidos.