Desde o início deste ano, já se registaram "127 episódios de violência contra cristãos na Índia". Estes dados foram revelados num relatório do United Christian Forum (UCF), uma organização com sede em Nova Deli.
Os números referem-se até ao dia 15 de abril e estão relacionados com "queixas registadas numa linha telefónica criada precisamente para a monitorização de situações de perseguição aos cristãos na Índia".
Segundo o coordenador nacional do UCF, citado pela agência de notícias Fides, "a perseguição aos cristãos na Índia está a intensificar-se, levando a uma violência sistemática e cuidadosamente orquestrada contra os cristãos, também com o recurso às redes sociais que são usadas para espalhar a desinformação e fomentar o ódio".
Esta onda de violência "tem vindo a ganhar uma expressão cada vez mais preocupante desde 2014, quando o partido nacionalista hindu Bharatiya Janata chegou a poder".
Em janeiro deste ano, a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre "dava conta da detenção, pela polícia de Jhabua, no estado de Madhya Pradesh, do Padre Jam Singh Dindore sob a acusação de que estaria a promover a conversão de populações locais ao cristianismo. Segundo as autoridades, o sacerdote, juntamente com mais algumas pessoas, estaria a oferecer tratamento médico gratuito em hospitais da Igreja, assim como ensino escolar aos habitantes locais, na sua maioria pertencentes às chamadas comunidades tribais".
O sentimento de insegurança contra os cristãos "agravou-se também nos últimos tempos por causa da pandemia da Covid-19 e das suas consequências junto das comunidades mais pobres".
Na sequência disso, e procurando auxiliar a Igreja no apoio aos cristãos, a Fundação AIS aprovou no decorrer do segundo semestre do ano passado, um pacote de mais de cinco milhões de euros para as comunidades católicas na Índia.
Este apoio, afirma a instituição, permitiu "ajudar à subsistência de sacerdotes e religiosas, assim como catequistas e suas famílias, em mais de 140 dioceses da Índia que estavam numa situação de particular dificuldade por causa das consequências da crise pandémica".