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O Presidente da República diz ter recebido com estranheza a decisão do governo espanhol de exigir um teste negativo à Covid-19 para quem atravesse a fronteira vindo de Portugal.
Questionado esta segunda-feira à noite, no Funchal, onde estará até à próxima quinta-feira para as comemorações do Dia de Portugal e das Comunidades Portuguesas, Marcelo disse acompanhar a posição do Governo português, que admite aplicar o princípio da reciprocidade da medida adotada agora por Madrid.
"O Governo entende que é estranho e eu, naturalmente, tendo vindo de Espanha há dois dias, acho que não é estranho é muito estranho que isso tenha ocorrido sem uma palavra ao Governo português", disse o chefe do Estado.
Comparando a imposição espanhola com a retirada de Portugal da lista verde de destinos seguros do Reino Unido, Marcelo Rebelo de Sousa distinguiu os casos, "porque o Reino Unido já não está na União Europeia", mas sublinhou que, "em todo o caso, é um aliado tradicional de Portugal. Nós percebemos que, em tempo de pandemia, cada um trata de si e - isto aqui aplica-se aos que são crentes - Deus trata de todos. Mas há limites para este entendimento até no quadro da UE".
Daí esperar que seja possível um acordo com Espanha sobre esta matéria, em nome dos "laços de amizade, de relacionamento" e de "tradição no relacionamento com o país vizinho, que é a Espanha"
Já sobre o Reino Unido, o Presidente da República não poupa nas críticas à decisão de excluir Portugal da lista de países seguros sob o argumento da variante indiana.
"O argumento da variante não é argumento, as vacinas, todas elas - dizem os especialistas - cobrem essa variante e não é das variantes mais graves. Deve haver outros argumentos de natureza unilateral. Mas o nosso objetivo não é criar diferenças com estados, é criar entendimentos", conclui.