O ministro das infraestruturas, João Galamba afirmou esta sexta-feira, no Parlamento, que não vai ser possível tomar uma decisão sobre a localização do novo aeroporto dentro do prazo previsto, que apontava para janeiro do próximo ano.
"Era intenção deste governo tomar a decisão - aliás, como tinha sido articulado com o maior partido da oposição- no início de 2024. Mas essa é uma decisão que um governo de gestão não pode tomar, pelo que terá que ser tomada pelo próximo Governo", declarou o ministro durante uma audição Parlamentar realizada no âmbito da discussão na especialidade do Orçamento 2024 nas comissões de Orçamento e Finanças e de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação..
A nova conjuntura política, que resultou da demissão de António Costa e da dissolução do Parlamento decidida pelo Presidente da República, vai assim interferir no planeamento que estava previsto. No entanto, Galamba garante que o "Governo, e em particular a área das infraestruturas, terá tudo preparado para que essa decisão possa ser tomada" a partir de março, quando o novo executivo entrar em funções.
O ministro defendeu a "seriedade técnica do relatório" que está a ser preparado pela Comissão Técnica Independente (CTI), que estuda a localização da nova infraestrutura, e realçou que os prazos previstos estão a ser cumpridos.
Galamba realçou ainda que a comissão técnica independente vai apenas apresentar as vantagens e desvantagens de cada localização. A decisão caberá sempre ao Governo.
No entanto, o deputado do Iniciativa Liberal, Guimarães Pinto, pôs em causa a neutralidade dos membros da CTI mencionando terem sido "encontrados casos de elementos da CTI que demonstraram a preferência por Alcochete no passado".
O ministro das Infraestruturas foi constituído arguido no âmbito da "Operação Influencer", nesta terça-feira, pela participação em negócios relacionados com o lítio e o hidrogénio verde.