O ex-presidente do Governo regional da Catalunha, Carles Puigdemont, juntou-se hoje aos protestos de dezenas de independentistas catalães junto à Comissão Europeia, um dia após a condenação de 12 dirigentes políticos envolvidos na tentativa de independência da região.
Puigdemont, que se encontra na Bélgica fugido à Justiça espanhola após liderar a tentativa de secessão da Catalunha em 2017, afirmou que os independentistas precisam "de todo o apoio dos democratas europeus, porque essa crise diz respeito à democracia europeia" e à qualidade da mesma, acrescentando não se tratar de "uma questão catalã, regional ou espanhola".
Um juiz espanhol emitiu uma nova ordem de detenção internacional para o ex-presidente do executivo regional e os seus colegas disseram que ele está disposto a cooperar com a polícia belga e as autoridades.
Tal como Puigdemont, também outros representantes da Catalunha que fogem da Justiça espanhola exigem o fim do silêncio das instituições internacionais para que as mesmas ajudem a criar um diálogo entre o Governo espanhol e as autoridades pró-independência catalãs.
O ativista catalão Jordi Cuixart, também julgado, afirmou que os políticos e ativistas condenados pelos seus papéis num esforço pela independência da Catalunha irão levar o seu caso ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, alegando que o julgamento é um caso europeu.
"Temos a obrigação moral de denunciar esta deriva autoritária [espanhola] e apelar aos cidadãos europeus para defender os direitos humanos", disse hoje Cuixart em declarações à agência de notícias Associated Press.
Cuixart, que dirige o Omnium Cultural, um dos dois grupos ativistas que lideraram o movimento de independência da Catalunha, disse que os 12 condenados na segunda-feira devem primeiro recorrer ao Tribunal Constitucional espanhol antes de abordarem a Europa.
As autoridades catalãs anunciaram que três pessoas foram detidas e pelo menos 170 feridas, incluindo cerca de 40 polícias, durante confrontos, segunda-feira, entre manifestantes e a polícia de intervenção no aeroporto internacional de Barcelona e noutras partes do nordeste da Espanha.
Os protestos surgiram pela plataforma "Tsunami Democràtic", após a condenação de uma dúzia de líderes separatistas à frente da oferta de secessão da Catalunha.
O ministro do Interior do Governo Espanhol, Fernando Grande-Marlaska, disse que as autoridades estão a investigar o grupo.
A operadora aeroportuária espanhola, AENA, disse que mais de 1.000 voos estão programados para operar normalmente em Barcelona no dia de hoje, depois do cancelamento de pelo menos 110 na segunda-feira, que deixaram milhares de passageiros retidos no aeroporto.