A Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou nesta sexta-feira, à Renascença, que colocou nas mãos do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) a queixa apresentada por Ana Gomes contra Isabel dos Santos.
A ex-eurodeputada socialista denunciou, no passado mês de novembro, suspeitas de alegados crimes de branqueamento de capitais através de transferências feitas via EuroBic.
O “Jornal Económico” revela agora que a antiga eurodeputada socialista apresentou denúncia não só à PGR como à Autoridade Tributária.
Em causa, diz o jornal, estão operações financeiras de Isabel dos Santos, filha do ex-Presidente angolano, relacionadas com a aquisição da empresa portuguesa do setor elétrico Efacec e alegadas transferências, em nome da Sonangol, de mais de 100 milhões de euros para empresas de consultoria sediadas no Dubai.
Na sequência das acusações de que foi alvo, Isabel dos Santos colocou Ana Gomes em tribunal. Perante o juiz, a ex-eurodeputada voltou a apontar o dedo à empresária e a "outros cleptocratas angolanos", que utilizam a banca portuguesa para "branquear" fundos desviados de Angola, em prejuízo do povo angolano.
Em sua defesa, Ana Gomes arrolou como testemunha o jornalista e ativista angolano Rafael Marques, condecorado pelo atual Presidente angolano, João Lourenço, pelo contributo no combate à corrupção em Angola.
Em paralelo, corre na justiça um processo que já levou ao arresto das contas de isabel dos Santos em Angola. A empresária diz que o caso tem motivações políticas e, no início do ano, decidiu fazer um direto numa rede social para explicas as suas razões.
O arresto de contas decretado pelo Tribunal Provincial de Luanda abrange também o marido de Isabel dos Santos, Sindika Dokolo, e do português Mário da Silva, além de nove empresas nas quais o casal detém participações sociais.