Os ataques de Israel contra Gaza causaram pelo menos 316 mortos e 664 feridos no domingo, informou esta segunda-feira o ministério da Saúde do enclave palestiniano às Nações Unidas, quando a distribuição de ajuda humanitária foi novamente restringida.
O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza é controlado pelo grupo islamita Hamas, que governa esta região.
A província de Rafah foi a única na Faixa Gaza em que houve entrega de ajuda à população nas últimas horas [especialmente farinha e água], mas a entrega de outros bens de sobrevivência, destinado à zona de Khan Younis foi interrompida devido ao aumento das hostilidades, segundo um relatório do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação da Ajuda Humanitária (OCHA, sigla em inglês).
Israel nega retirada permanente de palestinianos da Faixa de Gaza.
O acesso limitado à zona norte do território, que se verificou durante as tréguas Gaza, onde dezenas de milhares de civis continuam a viver, foi interrompido novamente.
A resposta é das forças armadas israelitas, face às estimativas das Nações Unidas que indicam que cerca de 75% da população de Gaza foi deslocada para abrigos sobrelotados e sem condições de higiene.
Citado pelo jornal Hareetz, o porta-voz das forças armadas israelitas garante que não há qualquer retirada forçada de civis.
O responsável insiste que pediu aos civis que evacuassem o campo de batalha e fossem recolocados numa zona humanitária situada a sul da Faixa de Gaza.
O OCHA indicou ainda que as forças militares israelitas designaram no domingo uma área que equivale a 20% de toda a cidade de Khan Younis para "evacuação imediata", apesar de ser uma região onde, além dos 117.000 residentes antes do início da guerra, estão 21 instalações onde se refugiaram 50 mil deslocados do norte.
A ONU observou que a ordem é para que estas dezenas de milhares de pessoas se desloquem agora para três áreas em direção a Rafah [na fronteira com o Egito], "que já estão mais do que saturadas", segundo a ONU.
"Não é ainda clara, a quantidade de pessoas que estão a deslocar-se para as áreas do sul", reconhece a ONU, cujo pessoal continua a trabalhar para ajudar a população vítima da guerra.
As Nações Unidas sublinharam mais uma vez que Israel - como uma das partes nesta guerra - tem a obrigação, ao abrigo do direito internacional, de minimizar os danos aos civis e que, quando ordena a sua retirada, deve fazê-lo com antecedência suficiente, oferecendo-lhes rotas seguras e um lugar para onde ir, o que não está a acontecer neste caso.