Ricardo Salgado, de 76 anos, deverá começar a ser julgado por três crimes de abuso de confiança, devido a transferências de mais de 10 milhões de euros, no âmbito do processo Operação Marquês. A sessão tem início marcado para as 9h30 e terá lugar no Campus da Justiça, em Lisboa.
O ex-presidente do Banco Espírito Santo será julgado por um coletivo do Juízo Criminal de Lisboa presidido pelo juiz Francisco Henriques.
O início do julgamento esteve previsto para 7 de junho, mas foi adiado devido ao prazo para a defesa apresentar a contestação.
O advogado do ex-banqueiro, Francisco Proença de Carvalho, disse nesse dia aos jornalistas pretender que o tribunal, antes de começar o julgamento, "leia, estude e analise os argumentos" da contestação à acusação que será apresentada pela defesa.
Apesar de ter decidido adiar o julgamento, o juiz considerou que o mesmo deveria ter começado, justificando que a resposta à contestação da defesa de Salgado poderia ser analisada no decurso das sessões. Entendeu ainda que não há motivo para que o julgamento não se realize o mais rapidamente possível, porque o processo não é de grande complexidade e o arguido só terá de estar presente se pretender prestar declarações.
Por outro lado, fontes ligadas ao processo tinham dito à Lusa que, uma vez que o prazo para apresentar contestação ainda não terminou, "o julgamento não poderá começar sem a contestação ser apresentada" e analisada pelo tribunal.
No âmbito da Operação Marquês, que tem como principal arguido o antigo primeiro-ministro José Sócrates, Ricardo Salgado foi acusado de 21 crimes, entre corrupção ativa (num dos casos por alegadamente ter corrompido Sócrates), branqueamento de capitais, falsificação de documentos e fraude fiscal qualificada.
Contudo, o juiz de instrução Ivo Rosa decidiu pronunciar Ricardo Salgado unicamente por três crimes de abuso de confiança, em processo conexo e separado da Operação Marquês.