O secretário-geral do PS anunciou, este domingo, que vai reunir-se na próxima semana com os parceiros sociais para apresentar a proposta do Governo de elevar o salário mínimo todos os anos até atingir 750 euros em 2023.
À entrada da comissão nacional do PS, a decorrer em Santarém, o líder socialista disse aos jornalistas que irá reunir-se esta semana com os parceiros sociais e aí começará a negociação, para fixar a base de aumento do salário mínimo.
“A fixação do salário mínimo não é objeto de negociação, é uma decisão do governo. Mas manda o bom senso que ouçamos os parceiros sociais em sede de Concertação Social, o que faremos para a semana. Estaremos em condições de fixar a base de partida para esta caminhada que nos propomos fazer até atingir os 750 euros em 2023”.
“É muito importante conseguirmos alcançar isto, significaria em duas legislaturas haver uma subida de cerca de 50% do salário mínimo, dos 505 euros que tínhamos há quatro anos para os 750 onde queremos chegar”.
O líder do PS falou ainda do discurso do Presidente da República na tomada de posse do governo e sobre os avisos de Marcelo Rebelo de Sousa sobre a próxima legislatura.
Em resposta à história bíblica usada pelo chefe de Estado, das bodas de Caná, o primeiro-ministro afirmou que só com a prova do vinho se saberá se é bom - ou seja, só com o decorrer do tempo se saberá se este período da governação é melhor ou não do que o anterior.
“Daqui a quatro anos os portugueses dirão se o segundo vinho foi melhor que o primeiro”, concluiu.
Proposta de salário mínimo de 750 euros é “bom ponto de partida” negocial
Os secretários-gerais da CGTP e da UGT, Carlos Silva e Arménio Carlos, consideram que a meta do primeiro-ministro, António Costa, de aumentar o salário mínimo para 750 euros, em 2023, é um bom ponto de partida negocial.
“É uma base de partida para negociar e para evoluir de acordo com proposta que a CGTP tem de 850 euros a curto prazo”, disse o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos em declarações à agência Lusa.
A CGTP considera fundamental chegar aos 850 euros a curto prazo e não negociará esta meta, “o que pode negociar é a concretização dos prazos para a sua implementação nos próximos anos”, acrescentou.
Já o secretário-geral da UGT, Carlos Silva, disse à Lusa que se trata de “um ponto de partida que a central sindical regista com agrado”, mas considera que “é preciso ser ambicioso e ir mais além” nesta matéria para se conseguir um salário mínimo mais “robusto”.
“Se o presidente da CIP, António Saraiva, fala em 700 euros e António Costa fala em 750 euros, julgamos que está aberto o caminho de partida para que efetivamente possamos almejar o patamar dos 800 euros”, disse.
“Nós queremos ir mais além, assim que estejam reunidas as condições e disponibilidade das partes para que isso possa acontecer”, acrescentou Carlos Silva.