O Movimento Cinco Estrelas (M5E) e o partido Liga limaram os detalhes do programa político conjunto que estão a negociar, confirmaram os líderes das duas formações.
A manutenção da Itália no euro, ao contrário do que chegou a ser afirmado, e a expulsão de 500 mil imigrantes considerados ilegais, são dois dos temas já fechados entre os dois partidos.
"Estamos a chegar aos últimos detalhes que temos de tratar", disse o líder do M5E, um partido antissistema, Luigi Di Maio, aos jornalistas, antes de acrescentar que "procuram manter informada a chefia do Estado" em permanência.
Por seu lado, o líder da Liga, de extrema-direita, Matteo Salvini, avançou que acredita que em 21 de maio os dois partidos já tenham encerrado a negociação sobre o pacto de governo para Itália, que já deve incluir os nomes para o Executivo.
Nas últimas horas, ambos os partidos publicaram versões diferentes sobre o avanço das negociações.
Na falta de apresentação do programa definitivo, as últimas versões incluíam políticas em matéria de imigração, fiscalidade, educação, ambiente, saúde, política externa ou as relações de Itália com a União Europeia.
Desaparece a possibilidade de a Itália poder sair do euro em dado momento e menciona-se a necessidade de debater mudanças nos tratados, como a convenção de Dublin, que regula a repartição de refugiados na União.
Mais se adianta que as competências da UE "deveriam ser reduzidas", além de que "com o espírito de voltar à visão anterior a Maastricht, em que os Estados europeus estavam motivados por um genuíno desejo de paz, fraternidade, cooperação e solidariedade, considera-se necessário rever a estrutura de governação económica europeia".
Ambos os partidos, que defenderam na campanha eleitoral o reforço dos controlos fronteiriços para travar a imigração ilegal, propõem a expulsão de meio milhão de imigrantes ilegais e construir centros para os acolher quando chegarem ao país, onde ficarão enquanto estiverem irregulares.
O programa comum inclui também a alteração do sistema de pensões para facilitar o acesso à reforma e à renovação de gerações, através de um sistema, designado 'quota 100', que permitirá a reforma quando a soma dos anos de idade e de descontos some 100, se bem que por enquanto não há uma idade mínima para a reforma.