TAP. “Isto está tudo uma grande embrulhada”
24-06-2020 - 11:13
 • Marta Grosso , Miguel Coelho (moderação do debate)

Jacinto Lucas Pires e Henrique Raposo comentam o desconfinamento – demasiado apressado? – em Lisboa e a providência cautelar que trava o apoio do Governo à transportadora aérea portuguesa.

“Está uma grande trapalhada” a história da ajuda estatal à TAP, diz Jacinto Lucas Pires nesta quarta-feira, um dia depois de se saber que o Supremo Tribunal Administrativo aceitou a providência cautelar da Associação Comercial do Porto.

“O que parece é que a solução tem de passar por alguma forma de nacionalização”, diz o comentador das Três da Manhã.

“Não sei os moldes exatos, mas se não queremos que isto se torne num novo Novo Banco, acho que tudo aponta para que essa seja a única saída, se houver saída”, afirma.

Com a providência cautelar, a Associação Comercial do Porto – que já recebeu o apoio dos hoteleiros do Algarve – travou a injeção de 1,2 mil milhões de euros na transportadora aérea portuguesa, quantia que a empresa já disse não ser suficiente.

Outro assunto em análise foi o desconfinamento, sobretudo em Lisboa. Jacinto Lucas Pires espera que as medidas agora anunciadas sirvam pelo menos para “contrariar a ideia do ‘já passou’”.

Henrique Raposo foca-se na situação nos lares de idosos e diz não perceber como é que ainda há casos a surgir nestas instituições.

“A minha opinião é que reforçámos em demasia esta obsessão securitária para toda a gente e, a meu ver, a paranoia só devia ter sido lançada sobre os lares de idosos”, afirma.

O comentador da Renascença espera “que não se volte muito atrás” nas restrições, “porque confinar de novo não é aceitável”, não só pela economia como pelos “mortos paralelos”.

“As pessoas estão a morrer em casa de outras doenças”, sublinha.