PJ impede "ação terrorista" contra Universidade de Lisboa
10-02-2022 - 18:37
 • Celso Paiva Sol, com Ricardo Vieira

Um suspeito de 18 anos, aluno de Engenharia, foi detido na posse de várias armas proibidas, na sequência de buscas realizadas pela Unidade Nacional Contraterrorismo. Arguido tinha plano de ataque. Portugal recebeu alerta internacional, apurou a Renascença.

A Polícia Judiciária (PJ) anunciou esta quinta-feira que impediu uma "ação terrorista" contra estudantes da Universidade de Lisboa.

Um suspeito de 18 anos foi detido na posse de várias armas proibidas na sequência de buscas domiciliárias realizadas pela Unidade Nacional Contraterrorismo (UNCT), avança a PJ, em comunicado.

"A investigação foi desencadeada por suspeitas de atentado dirigido a estudantes universitários da Universidade de Lisboa", adianta a Judiciária.

A Renascença apurou que se trata de um estudante da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (e não do Técnico como foi avançado inicialmente), de nacionalidade portuguesa. O aluno de engenharia informática estaria a planear realizar o ataque na sexta-feira.

A operação foi desencadeada na madrugada desta quinta-feira e permitiu evitar uma "ação terrorista", segundo a Polícia Judiciária.

"Na sequência das buscas realizadas, seriam apreendidos vastos elementos de prova, que confirmariam as suspeitas iniciais. Para além de várias armas proibidas, seriam igualmente apreendidos outros artigos suscetíveis de serem usados na prática de crimes violentos, vasta documentação, isto, para além um plano escrito com os detalhes da ação criminal a desencadear", indica a PJ.

O arguido foi detido em flagrante delito pela posse das referidas armas e encontra-se igualmente indiciado pela prática do crime de terrorismo.

O jovem vai ser presente a primeiro interrogatório judicial na sexta-feira para ficar a conhecer as medidas de coação.

Portugal recebeu alerta internacional

Ao que a Renascença conseguiu apurar junto de fonte policial, o alerta chegou às autoridades nacionais através dos canais de cooperação internacional, entre eles o FBI norte-americano, porque o jovem em causa frequentava sites e redes sociais internacionais, onde terá revelado os planos do seu ataque.

Recebido o alerta, e tendo-lhe sido dada máxima prioridade, foi aberto um inquérito na Sessão de Investigação de Crime Violento do DIAP de Lisboa, e decidido avançar com a detenção – que ficou a cargo da Unidade Nacional de Contra-terrorismo da Judiciária.

Ainda de acordo com o que a Renascença apurou, o ataque estava previsto para amanhã num dos edifícios da Universidade de Lisboa, num contexto muito semelhante ao que ocorre com alguma frequência em escolas norte-americanas.

[notícia atualizada às 19h05]