A rua estava movimentada ou não fossem 10h00 em Queluz, onde moram quase 80 mil pessoas, cidade junto a Lisboa.
Paulo Raimundo entra de loja em loja, fala à direita e à esquerda e há uma senhora que o interpela. “Posso dizer uma coisa? Não tenho médico de família.” “Já somos dois”, responde de imediato o líder do PCP.
Mais adiante, outra senhora, comovida, conta que ficou recentemente viúva e não está a conseguir obter a pensão de viuvez a que diz ter direito. Raimundo chama uma pessoa da comitiva para ficar com o contacto da senhora e promete que vai tentar ajudar.
Mais meia dúzia de passos e outro desabafo: “Trabalho há 28 anos na mesma empresa, recebo o ordenado mínimo.”
Ouvindo cada história, também parou para tomar café, o líder da CDU, cabeça de lista por Lisboa, levou meia hora a fazer um percurso de cerca de meio quilómetro.
Volta e meia fala aos jornalistas, destacando que estes – os problemas dos portugueses – são os temas que importam discutir na campanha.
Aproveita também para criticar uma das notícias do dia – sete unidades locais de saúde vão deixar de fazer cirurgias ao cancro da mama. “É um retrocesso brutal”, acrescentando que “contrasta com o que foi dito pelo secretário-geral do PS”.
“Isto não pode continuar assim”, remata.