O arcebispo de Braga, D. José
Cordeiro, mostra-se confiante numa grande participação dos jovens da arquidiocese na Jornada Mundial da Juventude (JMJ).
“Já estão inscritos mais de mil jovens”, avança o prelado em entrevista à Renascença, no dia em que os símbolos da JMJ chegam a Braga.
D. José Cordeiro espera que “muitos mais se possam inscrever”, expetativa reforçada pelo facto de “em 2022, terem sido crismados na arquidiocese mais de sete mil jovens”.
O arcebispo de Braga encara a JMJ Lisboa 2023 como “uma oportunidade única e irrepetível" e também "um momento de graça e muito esperançoso” para a Igreja.
D. José entende que o evento é também uma oportunidade do ponto de vista pastoral que “não pode ser desperdiçada”, chamando a atenção “para o que vem a seguir ao dia 6 de agosto”.
"Esperamos que seja uma Igreja mais jovem, mais bela, mais leve, mais fiel ao evangelho”, diz.
"A interpelação maior é de que não seja o cumprimento de um calendário”, remata.
A chegada dos símbolos da JMJ este domingo à arquidiocese de
Braga é vista pelo seu a
rcebispo como uma oportunidade do ponto de vista
pastoral?
A JMJ é uma oportunidade única e irrepetível nas suas várias etapas. E esta etapa da peregrinação da cruz e do ícone mariano será um momento de graça e muito esperançoso, porque há-de consolidar e também motivar e até renovar a pastoral juvenil vocacional e toda a Igreja, porque trata-se de uma peregrinação de fé e todos somos poucos para que ela seja uma marca importante no "aqui e agora" da história que nos toca viver.
O sentido maior é o da evangelização e todos estamos convocados a esta evangelização. Também o próprio patrono que temos aqui na arquidiocese, um jovem, o Bernardo Vasconcelos, interpela-nos com o seu testemunho e com a sua vida e estará também muito presente nestes dias. Recordo-me de uma das perguntas que ele fazia: "Conheces a Vida Viva que nem a morte cativa?". Esta Vida Viva que é Jesus, é Cristo ressuscitado no meio de nós que é a presença central desta peregrinação dos símbolos da JMJ.
O Importante é não perder esta "embalagem", com o facto de os símbolos irem para outra diocese...
Exatamente. Esta é uma etapa. É o antes da Jornada propriamente dita, com os dias ,aqui na Diocese, de 26 a 31 de julho, e a participação em lisboa de 1 a 6 de agosto. Mas depois o que vem a seguir ao 6 de agosto, esperamos que seja uma Igreja mais jovem, mais bela, mais leve, mais fiel ao evangelho. E a interpelação maior é de que não seja o cumprimento de um calendário.
Seria um erro não aproveitar devidamente esta JMJ e aquiloque ela pode trazer a um país que se diz cada vez mais secularizado?
Sim, é uma oportunidade única e irrepetível, voltamos a dizê-lo porque é um momento que nos toca a nós viver. Esta possibilidade do encontro de culturas, do encontro de línguas, do encontro com Cristo na diversidade daquilo que somos e do lugar onde estamos, com o mesmo sentir e com o mesmo querer participar deste caminho verdade e vida que é Cristo, e Cristo vivo que nos quer vivos e juntos com os jovens somos o agora da Igreja e o futuro porque senão não haverá futuro para esta Igreja.
Como está o processo de inscrições?
O pulsar aqui tem vindo num crescendo e sinto-me muito entusiasmado. Sei que já estão inscritos mais de mil jovens, aproveitando algumas oportunidades nesta primeira fase. Mas esperamos que muitos mais se possam inscrever, até porque também em maio teremos aqui a celebração do centenário do Corpo Nacional de Escutas e são milhares de jovens ligados aos escuteiros aqui na arquidiocese onde nasceram em Portugal.
Em 2022, na arquidiocese, foram crismados mais de sete mil jovens. Esperamos que tudo isso se possa refletir no agora, neste hoje da salvação que esta etapa da Jornada Mundial da Juventude se nos oferece como um horizonte de esperança.