Neste episódio de quarta-feira do Extremamente Desagradável, Joana Marques fala de “coaching e casas-de-banho”, algo que, numa primeira instância, parece que não se relaciona.
Liliana Aguiar e o marido (e coach) Francisco Nunes estão emigrados no Dubai, mas não deixam de comentar sobre Portugal e os seus “defeitos”. Para começar, Francisco defende que o nosso país não “apoia o empreendedorismo” nem o crescimento pessoal, e que “para se crescer” só mesmo a “roubar e a fugir ao Estado”.
De seguida, Francisco critica os milhares que assistiram ao novo espetáculo de Joana Marques, ‘Desconfia’, por ser uma “palestra” a falar mal dos “coaches” e do seu trabalho para o “crescimento pessoal” de cada um, e afirma que “não quer viver num país assim”.
Joana Marques conclui, então, que o ‘Desconfia’ fez o casal emigrar para o Dubai, mas não foi o único motivo... as casas-de-banho mistas também são um problema.
Liliana Aguiar mostra-se muito “irritada” com a possibilidade de existirem casas-de-banho mistas em Portugal, e justifica com não gostar “de ser incomodada”, muito menos por um “gajo”. Joana então explica que não é “bem assim que funciona” pois “não é por ser uma casa-de-banho mista que as pessoas, nomeadamente do género masculino, passam a ter direito a entrar no teu compartimento enquanto estás a fazer xixi”.
Liliana prossegue, afirmando que em Portugal “não se sabe quem é que vai entrar na casa-de-banho". Joana concorda e ainda afirma que esta é “a descrição perfeita do estado de Portugal”. Claro que também existe toda a história de não se saber “quem vai governar, tendo em conta a falta de apoio parlamentar do PSD”, mas “é sobretudo a parte da casa-de-banho" que anda a preocupar Joana Marques e os portugueses.
No seu discurso Liliana confessa não estar a perceber o que se passa no nosso país, e Joana destaca que a frase “não ‘tou a perceber” resume “todo o pensamento de Liliana Aguiar”, que é “diferente” dos demais. Ana Galvão e Inês Lopes Gonçalves questionam o que é que diferencia a forma como Liliana “vê a vida”, e Joana esclarece: para além de considerar “belas” as “necessidades fisiológicas”, também está “preocupada” com os “homens poderem vir a escutar o ‘ploc’ da mulher", e a maneira como isso pode provocar uma “mudança civilizacional”.
Joana Marques frisa que o casal de coaching não condena os portugueses que, “incompreensivelmente” não emigram para o Dubai, um país onde, segundo Joana, “não há cá estas misturas” do espaço dos homens e das mulheres, afinal “eles” podem ir “onde quiserem” e “elas” limitam-se à “cozinha”, junto das “restantes mulheres do marido.”
Francisco Nunes considera que “está errado” a Europa “impor” decisões como a das casas-de banho, que mexe com “a identidade” de cada um. Joana conta que efetivamente é algo que “está a acontecer bastante”, pois “ainda ontem” presenciou “um homem no Colombo, a tentar entrar na casa-de-banho masculina, e um segurança à porta a dizer ‘desculpe, mas temos ordens para mandar as pessoas de bigode para a casa-de-banho das mulheres’”.
Voltando às críticas ao ‘Desconfia’, Liliana adjetiva o público do espetáculo de “ignorantes” por perderem o seu tempo com esses ensinamentos “só ‘pra rir”, e Joana Marques concorda porque, em vez de “só rir” podiam “aprender, sei lá, a mudar o mindset e dobrar a faturação já no próximo mês.”
Liliana Aguiar acha muito mau Joana Marques criticar “milionários” do coaching, o que define um novo limite do humor: “não se pode fazer pouco de gente que ganha muito dinheiro”. Mas não é o único novo limite, uma vez que, para Liliana, também não se pode brincar com “profissões”.
Para terminar, Liliana revolta-se com não puder “descredibilizar” quem, como Joana Marques, passa a vida a “ver e ouvir” os outros. Questiona ainda que raio de “trabalho” é este da comediante, uma pergunta que Joana admite ser comum aos seus pais.