Adalberto Campos Fernandes defende uma “aplicação nacional, universal e geral” das recomendações da Direção-Geral da Saúde.
Em causa estão as posições contraditórias da DGS e do Presidente da República, relativamente à vacinação de crianças saudáveis com idades entre os 12 e os 15 anos.
Para o ex-ministro da Saúde, “é preciso haver um entendimento e um consenso, porque esta é uma questão muito sensível, que envolve crianças e a confiança dos pais e, portanto, não pode existir a menor sombra de dúvida sobre aquilo que cada uma das partes diz”.
“Das duas uma: ou a DGS emitiu uma recomendação em consciência e em rigor com base científica ou falta um parágrafo nessa recomendação, que é aquele que o Presidente da República referiu”, adiantou o ex-ministro, em entrevista à Renascença.
Também Bernardo Gomes, médico de Saúde Pública que integra o chamado grupo das linhas vermelhas no combate à pandemia, defende que a “confusão” gerada pela o vai-e-vem entre Marcelo Rebelo de Sousa e Graça Freitas deveria ter sido evitada.
“Mais uma vez estabeleceu-se uma confusão e uma complexidade que seriam escusadas. Para além do mais, numa matéria tão sensível como é a vacinação de crianças, o maior incentivo que pode ser dado é a simplicidade e a clareza”, afirmou, em entrevista à Renascença.
Para o especialista, as diferentes recomendações no continente e na região autónoma da Madeira vão “deixar os encarregados de educação confusos face a estas circunstâncias''.
“Enquanto pai e enquanto cidadão teria preferido que estas conversas tivessem acontecido de forma mais reservada, para que o esclarecimento fosse unívoco e simples, que gerasse confiança”, defendeu Adalberto Campos Fernandes.